Foram coletadas cerca de 746 mil menções gerais sobre o julgamento no STF do ex-presidente nas redes sociais Política, Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro, Julgamento Bolsonaro, STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
Um levantamento da Quaest divulgado nesta terça-feira (2), durante o primeiro dia de julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal), mostra que 64% das menções nas redes sociais foram contra a prisão do ex-presidente.
Outros 19% se diziam a favor da prisão. E 17% se colocavam como neutros. A pesquisa coletou aproximadamente 746 mil menções gerais até às 16h30.
Os dados levaram em consideração menções feitas nas principais plataformas (Facebook, Instagram, X, Youtube e Reddit) e sites de notícias com uso de API (Interface de programação de aplicações) própria da Quaest utilizando palavras-chave relacionadas ao caso. O pico de interação sobre o assunto aconteceu por volta das 13h.
Ainda segundo o instituto, por hora, a média de menções até às 16h30 foi de 44 mil, com média de alcance de 76 milhões (volume de visualizações estimado, incluindo usuários fora do Brasil).
Internet se divide sobre julgamento
De acordo com a pesquisa, a hashtag #BolsonaroFree, coordenada por grupos de apoiadores do ex-presidente, foi a que gerou o maior volume de menções contra o julgamento.
Entre os principais tópicos, os apoiadores de Bolsonaro alegam perseguição política e questionam a legalidade do processo.
Em contrapartida, as publicações a favor do julgamento comemoravam o início da ação e defendiam a soberania brasileira no processo. A Quaest apontou que, entre os que estão a favor, os posts também tinham como objetivo explicar as razões do julgamento, em uma tentativa de disputar narrativas com os apoiadores de Bolsonaro.
A senadora Damares Alves (Republicanos) teve a publicação com o maior alcance. Em um post no X, a parlamentar afirma ter supostas fraudes nas provas do processo e pede a suspensão do julgamento. “Parem o julgamento de Bolsonaro agora, está tudo viciado”, escreveu a senadora.
No final da análise da Quaest, às 16h30, a publicação da senadora era a mais vista, com 200 mil visualizações. Até às 20h40 desta terça-feira (2), o post tinha cerca de 365 mil visualizações.
Na publicação, a senadora acusa o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de usar provas forjadas na ação penal. Damares destaca o depoimento no Senado de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes na Corte Eleitoral.
De acordo com o ex-assessor, Moraes teria determinado buscas contra empresários sendo fundamentado por uma reportagem. “Segundo o ex-assessor, a medida foi tomada sem que a veracidade do conteúdo da reportagem, classificado de antidemocrático, fosse confirmada. O fundamento jurídico só foi criado posteriormente. Provas foram forjadas. O fruto da árvore está envenenado”, escreveu a senadora.
Cronograma do julgamento
Foram reservadas pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, cinco datas para o julgamento do núcleo crucial do plano de golpe. Veja:
- 2 de setembro, terça-feira: 9h às 12h e 14h às 19h
- 3 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h
- 9 de setembro, terça-feira: 9h às 12h e 14h às 19h
- 10 de setembro, quarta-feira, 9h às 12h
- 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h e 14h às 19h

