Um tsunami não é uma onda única, mas formado por uma série de ondas gigantes Tecnologia, Natureza, Tsunami CNN Brasil
Quando pensamos em tsunamis, a imagem que nos vem à mente é a de ondas gigantes destruindo cidades costeiras. No entanto, sua natureza é muito mais complexa e, em alto-mar, a ameaça é quase sempre invisível.
Em águas profundas, um tsunami pode se caracterizar por uma onda longa e baixa. Enquanto o seu comprimento, medido pela distância entre as cristas, pode chegar a centenas de quilômetros, embora a sua altura raramente ultrapasse um metro. É por isso que a maior parte dos marinheiros não percebe a passagem de um tsunami por baixo de seus barcos. O potencial de destruição acontece justamente quando a onda se aproxima da costa.
Qual o tamanho de um tsunami?
Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia e Sistema de Alerta de Tsunami dos EUA, ao entrar em águas mais rasas, o tsunami desacelera, seu comprimento de onda diminui, mas a altura aumenta dramaticamente. É nesse momento que sua força se intensifica, transformando uma ondulação quase invisível em uma força destrutiva.
Embora a maioria dos tsunamis que atinge a costa tenha menos de 3 metros de altura, em casos extremos, como quando o evento ocorre perto de sua fonte, a altura pode ultrapassar 30 metros.
Ameaça imprevisível e multifacetada
Assim como os terremotos que geralmente os causam, os tsunamis não podem ser previstos com precisão. A primeira onda pode não ser a maior ou a única, e um único tsunami pode ter efeitos variados ao longo de diferentes trechos da costa.
Recifes, baías, o declive da praia e a topografia do fundo do mar são fatores que influenciam a altura e a intensidade da onda. Por isso uma onda de tsunami que não causa danos em uma área pode ser devastadora em outra, a poucos quilômetros de distância.
O fenômeno pode ter a aparência de uma enchente repentina ou uma parede de água, e raramente se assemelha a uma onda de vento comum.
Por que o mar pode recuar quando ocorre um tsunami?
Segundo o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico (PTWC), que monitora eventos dessa natureza desde a década de 1960, em alguns casos, a água pode recuar abruptamente, expondo o fundo do mar, recifes e peixes, em um sinal claro de que o fenômeno está a caminho.
Contudo, é preciso levar em consideração que um tsunami não é uma onda única, mas formado por uma série de ondas gigantes.
Assim, quando o terremoto submarino desloca a água, essa energia se propaga pelo oceano – é neste momento em que a primeira parte da onda que chega à costa pode ser o “vale” (a parte mais baixa) e não a “crista” (a parte mais alta).
Estudos sugerem que esse “vale” funciona como uma espécie de sucção, em um movimento onde a água é puxada para o oceano para alimentar a crista da onda que está chegando, causando um recuo repentino e significativo do mar. Esse é o sinal mais evidente e perigoso de que uma onda destrutiva está a caminho, alertam os especialistas.
Apesar disso, o recuo do mar não é uma anomalia, mas uma característica física de muitos tsunamis. É um aviso natural, embora nem sempre ocorra de forma perceptível.
Sistema de alerta e como ele funciona
Embora a previsão exata de um tsunami não seja possível, os Centros de Alerta de Tsunami têm a capacidade de emitir alertas quando um terremoto com potencial de gerar um tsunami é detectado. O tempo é crucial nesses casos, especialmente quando a origem do tsunami é próxima da costa.
Segundo o Sistema de Alerta de Tsunami dos EUA, existem diferentes tipos de alerta, que variam de acordo com o nível de perigo:
- Alerta de tsunami: Emitido quando um tsunami com potencial de causar inundações está prestes a ocorrer. Alerta as autoridades e a população sobre inundações costeiras e correntes perigosas que podem durar horas.
- Aviso de tsunami: Sinaliza que um tsunami com potencial de gerar correntes perigosas ou ondas fortes está iminente. Não se espera inundações, mas as autoridades podem fechar praias e portos.
- Alerta de tsunami (vigilância): Emitido quando um tsunami pode atingir a área posteriormente. As autoridades de emergência e a população são aconselhadas a se prepararem para agir.
- Comunicado de informação sobre tsunami: Indica que um terremoto ocorreu, mas que não há ameaça de um tsunami destrutivo. Serve para evitar evacuações desnecessárias.
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