Ministro foi nomeado ao STF pela então presidente Dilma Rousseff, em 2011 Política, -agencia-cnn-, Luiz Fux, STF (Supremo Tribunal Federal) CNN Brasil
Próximo ao prazo final do julgamento sobre as medidas cautelares aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na noite de segunda-feira (21), o ministro Luiz Fux abriu divergência e se posicionou no sentido contrário à maioria da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que referendou a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Na última sexta-feira (18), Moraes autorizou a PF (Polícia Federal) a cumprir mandados de buscas e apreensão na casa do ex-presidente e na sede do PL (Partido Liberal), em Brasília. O magistrado também determinou o uso de tornozeleira eletrônica e outras cautelares contra Bolsonaro.
Em março deste ano, Fux passou a ser uma figuria de esperança para grupos de direita, entre os ministros que compõem o colegiado que julga a ação penal que apura um planejamento de golpe de Estado no Brasil em 2022.
Durante a análise da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), que acusou 34 pessoas, incluindo Bolsonaro, por participação na suposta trama golpista, Fux expôs dúvidas sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
O ministro também indicou a possibilidade de reavaliar a dosimetria em relação à pena imputada por Moraes contra a cabeleireira Debora Freitas Rodrigues, por participação no 8 de Janeiro.
Na época, o slogan “In Fux We Trust” — que se popularizou durante a Operação Lava Jato — chegou a ser reabilitado por lideranças de direita.
Quem é Luiz Fux
Natural do Rio de Janeiro, Luiz Fux, 72, se graduou em Direito pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 1976. É doutor em Direito Processual Civil pela mesma universidade, onde lecionou a partir de 1995.
Em 2011, foi nomeado ministro do STF pela então presidente Dilma Rousseff. Antes, o magistrado integrou o STJ (Superior Tribunal de Justiça) por cerca de dez anos.
Entre as diversas publicações que assina, Fux é coautor do CPC (Código de Processo Civil), que entrou em vigor em 2016 e ficou conhecido como “Código Fux”.
O ministro foi presidente do STF entre 2020 e 2022. No período, Fux trabalhou pela digitalização e ampliação dos canais da Corte com a sociedade.
Ele foi um dos cinco magistrados que votou em 2019 para manter a prisão após condenação em segunda instância. Outros seis ministros foram maioria e derrubaram o cumprimento antecipado da pena — esses, geralmente, são chamados de “garantistas”.
*Com informações de Guilherme Venaglia