Dono de uma agência de turismo, o empresário Welington Costa de Alvarenga Carvalho (foto em destaque), de 29 anos, é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por passar a perna em turistas brasilienses que viajaram 6,8 mil km até a Cidade do Cabo, na África do Sul, para participar de um “safari fake”. O caso é apurado pela 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina).
Com mais de 50 mil seguidores no Instagram, o empresário mostra sua rotina de viagens e gravações para um programa de TV onde ensina os telespectadores a viajarem “de forma acessível e descomplicada”.
Entre as postagens estão vídeos feitos justamente na Cidade do Cabo, onde há o passeio pelo Áquila Safari, um dos mais procurados no país.
No entanto, os brasilienses que compraram o passeio por meio da agência de Welington ficaram a ver navios e levaram um golpe. As vítimas precisaram voltar para o DF sem ter a experiência de ver os animais na savana.
O empresário, que mora no Rio de Janeiro, se aproxima das pessoas transparecendo idoneidade justamente por gerir uma agência de turismo na capital fluminense.
Veja imagens do empresário durante o safari africano:
O golpe
A Polícia Civil investiga um rastro de golpes aplicados pelo empresário. As vítimas caem no golpe quando compram pacotes turísticos para a Cidade do Cabo, na África do Sul.
De acordo com os depoimentos prestados à polícia, uma das vítimas contou ter conhecido o empresário ainda em 2023 e passou a manter contato pelas redes sociais.
Quando o brasiliense comentou que estava com passagens comparadas para ele e para um amigo para a África do Sul, o dono da agência perguntou se poderia ir junto. Ele pagaria a própria passagem e ainda conseguiria descontos para hospedagem e entradas cobradas para o safari.
Cancelamentos
Os dois turistas transferiram, via pix, cerca de R$ 3,3 mil que cobririam a estada e o passeio. No entanto, quando chegaram à Cidade do Cabo, a reserva no hotel havia sido cancelada três dias antes pela mesma pessoa que fez o pedido.
Graças a uma brasileira que estava no local e abrigou as vítimas em seu quarto, os turistas não passaram a noite ao relento. Mesmo assim, um deles precisou dormir no chão.
Os brasilienses precisaram pagar novas diárias com o cartão de crédito. Da mesma forma, as reservas para o passeio no famoso Áquila Safari também foram canceladas. Porém, os turistas não conseguiram fazer uma nova reserva, pois todas as vagas para o passeio já estavam ocupadas.
Perdidos e frustrados, as vítimas entraram em contato com o empresário diversas vezes, mas foram ignorados nas redes sociais e no WhatsApp. O estelionatário chegou a dar esperanças para os turistas, afirmando que o dinheiro investido na viagem seria devolvido, o que nunca ocorreu.
Outro lado
Procurado pela coluna, o empresário respondeu que os turistas do DF eram amigos e que os valores pagos diziam respeito a um desconto conseguido por meio de parceira no Instagram. “Usaram o meu arroba, porque eu sou influenciador, tenho agora um programa de viagem, então assim, estelionatário não. Eu sou uma figura pública, né? Então, seria muita burrice minha se isso realmente ter algum tipo de verdade”, disse.
Segundo o empresário, houve uma série de problemas com as reservas, que acabaram sendo canceladas: “Um dia antes, se eu não me engano, o hotel tinha feito uma reserva errada, e eles pegaram e cancelaram a reserva errada, porque só fizeram para duas pessoas. Eu recebi uma hospedagem para a gente ficar o primeiro dia. Só que essa hospedagem não me recebeu e pelo contrário ainda me deu um golpe”, contou.
O empresário finalizou ressaltando que os turistas não formalizaram nenhum tipo de contrato com sua agência de turismo.
“Eles não contrataram nenhuma assessoria pela minha empresa. Não tem contrato, não tem nada. Então foi tudo em troca do meu arroba, na verdade. Então, quem saiu perdendo aí fui eu também, porque foi uma viagem em três. E eles só queriam saber do umbigo deles, tanto que eu tive que procurar outra hospedagem”, finalizou.
