Desde que divulgou o trajeto oficial para a edição 2025 do Rally dos Sertões, a organização dizia que seria um campeonato duro e desafiador, mas não esperava que a natureza fosse tão implacável. O campeonato chegou ao fim no domingo (3) após o cancelamento das duas etapas do fim de semana, por culpa das chuvas intensas que caíram no Alagoas.
Contando o prólogo e as oito etapas, os competidores deveriam ter percorrido um total de 3.482 km, passando por cinco estados: Goiás, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas. As equipes correram em quatro categorias principais: motos, UTVs, carros e quadriciclos.

Os pilotos enfrentaram um desafio forte logo na segunda etapa, de Unaí (MG) até Januária (MG), considerada uma das três mais difíceis de todos os 33 anos do Sertões. Era um trajeto que mudava bastante, passando por um piso bom, pedras e areia.
A quarta etapa, de Bom Jesus da Lapa (BA) até Xique-Xique (BA), teve algumas mudanças nas regras. Eram 276 km de trilha e muitas pedras. Para evitar possíveis problemas, a organização permitiu que cada veículo tivesse um pneu reserva extra. Os pilotos e navegadores puderam fazer manutenção nos veículos ao fim do dia.
A areia foi o vilão da quinta etapa, compondo 224 km dos 330 km da especial. O trecho final era de travessia de serra, onde o piso mudava para um terreno pedregoso e irregular. A sexta etapa seguiu com as pedras soltas, retornando à areia pesada nos últimos 30 km.

O Sertões chegou ao fim de semana com más notícias. Uma chuva pesada começou a cair no Alagoas e a organização, inicialmente, adiou a largada das motos. O temporal levou ao cancelamento primeiro da etapa das motos e, pouco depois, ao cancelamento total do evento, com as equipes saindo de Delmiro Gouveia (AL) até Marechal Deodoro (AL), onde disputariam a oitava e última etapa no domingo.
No entanto, o clima não ajudou. As chuvas continuaram a cair durante toda a madrugada de domingo com muita intensidade e a organização optou por cancelar a etapa final por conta do acúmulo de lama, coroando os campeões com os resultados das seis primeiras etapas.

Confirmando o favoritismo, Tosha Schareina (Honda CBF 450 Rally / HRC) foi o vencedor na categoria de motos. O espanhol foi vice-campeão no último Dakar e é o terceiro no Mundial de Rally Raid. Recuperou-se com eficiência, após ter sido punido no Prólogo e ter largado em 38º na primeira etapa, liderando todas as demais.
O quadriciclo foi dominado por Marcelo Medeiros (Yamaha Raptor 700 / Meds Racing), sendo o mais rápido em todas as provas. É um ótimo resultado ao considerar que Medeiros deveria ter corrido de moto e acabou voltando para o quadriciclo após o atraso na chegada de algumas peças. É o sexto título do piloto na categoria.
Entre os UTVs, Zé Hélio Rodrigues, junto com Ramon Sacilotti (Can-Am Maverick R / HPS) não deram chance para os concorrentes e sempre esteve entre os mais rápidos. Foi a primeira vez que Rodrigues foi campeão nesta categoria, mas é um velho conhecido do Sertões, com outros cinco títulos de quando corria com motos.
A disputa entre os carros acabou com Marcos Baumgart e Kleber Cincea (Toyota GR Hilux DKR T1+ / Sizmic Racing) no 1º lugar, o segundo título da dupla. Era para ter sido uma comemoração em família, porém Cristian Baumgart e Luís Felipe Eckel tiveram que abandonar a sexta etapa. Isto os levou para fora do pódio.
O Sertões 2026 já está marcado para acontecer entre os dias 22 e 30 de agosto. O trajeto será divulgado no ano que vem.
Confira os campeões do Rally dos Sertões 2025:
- Motos
1 – Tosha Schareina, #68, Honda CRF 450 Rally, (1)MT1 (Espanha)
2 – Gabriel Bruning, #5, Yamaha WR 450F, IMS Yamaha, (1)MT2
3 – Guilherme Bissoto, #22, Yamaha WR 450F, Txai Experience, (2)MT2
4 – Tiago Wernersbach, #7, Honda CRF 450RX, Honda Racing, (1)MT3
5 – Ricardo Martins, #6, Yamaha Ténéré 700, IMS Yamaha, (2)MT1 - Quadriciclos
1 – Marcelo Medeiros, #61, Yamaha Raptor 700R, Meds Racing, (1)QDA (Brasil)
2 – Helio Pessoa, #63, Yamaha Raptor 700R, Fifth Avenue Racing, (2)QDA
3 – Felipe Dias Viana, #62, Yamaha Raptor 700R, VF Rally Team, (3)QDA - Carros
1 – Marcos Baumgart e Kleber Cincea, #303, Toyota GR Hilux DKR T1+, Sizmic Racing, (1)T1M (Brasil)
2 – Queirolo e Lauro Sobreira, #348, Buggy Giaffone V8 (1)UBR
3 – Flávio Lunardi e Fred Budtikevitz, #331, Ford Ranger V8, Bulldog Racing, (1)T11
4 – Mauro Guedes e Edu Bampi, #314, Toyota GR Hilux DKR T1+, RMattheis, (2)T1M
5 – Mario Marcondes e Artemio Pauluci, #360, Ford Ranger V8, Braço Curto MotorSport, (2)UBR - UTVs
1 – Zé Hélio e Ramon Sacilotti, #106, Can-Am Maverick R, HPS, (1)ULT (Brasil)
2 – Rodrigo Varela e Matheus Mazzi, #102, Can-Am Maverick R, Varela Rally (2)ULT
3 – Francesco Franciosi e Egon Franciosi, #116, Can-Am Maverick R, Cotton Racing (3)ULT
4 – André Hort e Marcelo Ritter, #119, Can-Am Maverick R, MH Racing, (4)ULT
5 – Deni Nascimento e Gunnar Dums, #101, Can-Am Maverick R, Bompack Racing, (5)ULT