Estabelecimento declarou que está auxiliando com todas as informações solicitados; Alice Alves foi agredida no dia 23 de outubro onde teve costelas quebradas e o intestino perfurado Minas Gerais, -agencia-cnn-, Feminicídio, Polícia Civil CNN Brasil
O estabelecimento conhecido como “Rei do Pastel” se pronunciou após a morte de Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, agredida na Savassi, em Belo Horizonte (MG). Em nota, a empresa afirma que está colaborando com as investigações e repudia qualquer ato de discriminação.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), dois funcionários foram identificados como suspeitos pelas agressões ocorridas em 23 de outubro. A corporação informou que medidas cautelares já foram adotadas e que o caso segue sob sigilo.
A empresa declarou que “desde o início das investigações, nos colocamos à disposição das autoridades competentes, auxiliando com todas as informações solicitados” e lamentou a morte de Alice, reforçando solidariedade aos familiares. O estabelecimento também afirmou que não compactua com discriminação “referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza”.
Áudios vazados revelam a possível causa do assassinato. gravações, nas quais a CNN Brasil teve acesso, foram feitas por um funcionário de um estabelecimento que a vítima costumava frequentar.
A dívida seria de R$ 22.
“A gente podia vender pra ela que ela pagava na mesma hora, mas, dessa vez, ela saiu sem pagar, aí os meninos foram atrás dela e bateram nela até quase morrer. Aí morreu ‘fraga’”, afirmou o homem, em áudio.
Ele ainda comentou que a conhecia há muito tempo, que já havia a atendido inúmeras vezes. “Eu fiquei triste porque ela era cliente nossa. Se colocasse cerveja na mesa dela e cobrasse na hora, ela pagava. Não tinha porque bater nela não.”
A delegada Iara França também confirmou a versão do funcionário. Segundo a Polícia, Alice não registrou boletim de ocorrência no dia das agressões e houve demora na internação para tratamento médico, o que agravou o quadro de saúde.
A PCMG informou que as agressões estão sendo investigadas no âmbito da transfobia. “Os autores desferiram essas agressões de forma mais abrupta contra ela por ela ser uma mulher trans de uma forma que eles não faria caso ela fosse uma mulher cisgenero”, concluiu França.
