Relatório aponta que janeiro teve 277 tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio, 30% a mais que o mesmo mês do ano passado
Este conteúdo foi originalmente publicado em Rio teve recorde de vítimas de balas perdidas em janeiro, diz levantamento no site CNN Brasil. Rio de Janeiro, -agencia-cnn-, Polícia CNN Brasil
Um levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pelo instituto Fogo Cruzado mostra que o Rio de Janeiro registrou recorde no número de vítimas de balas perdidas em janeiro de 2025, quando 26 pessoas foram atingidas dessa forma. Sete morreram e 19 ficaram feridas.
Esses dados são monitorados pelo instituto desde 2017 e, desde então, o recorde do mês de janeiro tinha sido em 2020, quando 20 pessoas foram vítimas de balas perdidas.
O relatório aponta também que janeiro teve 277 ocorrências de tiroteios/disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio. O número revela um aumento de 30% nos registros em comparação com janeiro de 2024, que concentrou 213 tiroteios. Do total, 42% dos tiroteios (117) se deram em ações e operações policiais.
Já em comparação a dezembro de 2024, houve um aumento de 42% nos tiroteios, de 1% no número de mortos e alta de 70% na quantidade de feridos.
Ao todo, 181 pessoas foram baleadas na região metropolitana do Rio durante o mês de janeiro: 79 morreram e 102 ficaram feridas. O número de mortos indica um aumento de 36% e o de feridos, de 137% em comparação com janeiro de 2024, que acumulou 101 baleados: 58 mortos e 43 feridos.
Outros baleados
Vinte e cinco pessoas foram baleadas durante roubos/tentativas de roubo: oito morreram e 17 ficaram feridas. Em janeiro de 2024, seis pessoas foram baleadas durante roubos/tentativas de roubo: uma morreu e cinco ficaram feridas.
Em janeiro deste ano, uma criança foi baleada e sobreviveu. No mesmo período de 2024 uma criança também foi baleada e sobreviveu.
Quatro adolescentes foram baleados na região metropolitana do Rio em janeiro: três morreram e um ficou ferido. No mesmo período de 2024, houve dois adolescentes baleados: um morreu e um ficou ferido
Sete idosos foram baleados em janeiro: dois morreram e cinco ficaram feridos. No mesmo período de 2024, três idosos foram baleados: dois morreram e um ficou ferido.
Ao menos 13 agentes de segurança foram baleados na região metropolitana do Rio em janeiro deste ano: oito morreram (duas em serviço, cinco fora de serviço/de folga e uma era aposentada/exonerada do cargo) e cinco ficaram feridas (duas em serviço e três fora de serviço/de folga). Em janeiro de 2024, quatro agentes de segurança foram baleados na região metropolitana do Rio: todos sobreviveram (três em serviço e um fora de serviço/de folga).
Locais mais afetados
Entre os municípios que compõem a região metropolitana do Rio de Janeiro, os mais afetados pela violência armada foram:
- Rio de Janeiro: 193 tiroteios, 43 mortos e 67 feridos
- São Gonçalo: 21 tiroteios, 4 mortos e 15 feridos
- São João de Meriti: 14 tiroteios, 4 mortos e 8 feridos
- Duque de Caxias: 11 tiroteios, 7 mortos e 1 ferido
- Nova Iguaçu: 9 tiroteios, 6 mortos e 2 feridos
Cinco bairros mais afetados pela violência armada em janeiro
- Complexo do Alemão (Rio de Janeiro): 17 tiroteios, 3 mortos e 4 feridos
- Vila Isabel (Rio de Janeiro): 12 tiroteios e 1 ferido
- Penha (Rio de Janeiro): 9 tiroteios, 6 mortos e 9 feridos
- Bangu (Rio de Janeiro): 8 tiroteios, 5 mortos e 1 ferido
- Santa Cruz (Rio de Janeiro): 8 tiroteios e 1 morto
Procurada pela CNN, a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio afirmou que não pode comentar os dados pois não tem conhecimento sobre a metodologia utilizada para a coleta. A pasta disse também que as informações oficiais são do Instituto de Segurança Pública (ISP), que indicam queda nos índices de letalidade violenta.
A secretaria informou que tem intensificado as ações no combate ao crime organizado, coordenando esforços entre as forças de segurança para impedir a expansão territorial de facções criminosas no estado.
“O objetivo é conter o avanço desses grupos, que buscam conquistar novos territórios para expandir suas atividades ilícitas, como tráfico de drogas, extorsão e controle sobre comunidades. Além disso, a secretaria busca apoio do governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, para monitorar o deslocamento de criminosos de outros estados e a entrada de armamentos ilegais no Rio de Janeiro”, afirma a nota.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Rio teve recorde de vítimas de balas perdidas em janeiro, diz levantamento no site CNN Brasil.
