Ex-diretor-geral da OMC detalhou que a comitiva que irá aos EUA em busca de diálogo com autoridades americanas para discutir os impactos do aumento de tarifas sobre produtos brasileiros e as possibilidades de novos acordos comerciais Macroeconomia, -transcricao-de-videos-, Comércio exterior, economia, Estados Unidos, Mercado CNN Brasil
Uma comitiva de empresários brasileiros se prepara para viajar aos Estados Unidos na próxima semana, em uma tentativa de negociar a redução das tarifas impostas sobre produtos brasileiros. O grupo inclui representantes de associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas do Brasil.
O ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) Roberto Azevêdo, que conduzirá as negociações em Washington, revelou em entrevista ao CNN 360° que a comitiva buscará estabelecer diálogo com diversos órgãos do governo americano, incluindo os Departamentos do Tesouro, Comércio e Estado, além da Representação Comercial Americana (USTR). O grupo também planeja reuniões com senadores e deputados, especialmente com líderes de comitês relevantes.
A apresentação da comitiva brasileira será estruturada em três pontos principais, com destaque para argumentos técnicos e jurídicos que demonstram que os critérios para a imposição das tarifas não foram adequadamente atendidos. Além disso, o grupo pretende explorar áreas de convergência inexploradas na relação bilateral entre os países.
Azevêdo destacou casos específicos que merecem revisão, como o setor aeronáutico, que está sujeito a uma tarifa de 10%, impactando significativamente as transações comerciais. Outros produtos, como café e carne brasileira, também são alvos de discussão, uma vez que possuem características únicas e não competem diretamente com produtos americanos.
Paralelamente às negociações com os Estados Unidos, o Brasil tem buscado ampliar suas relações comerciais com outros países. Azevêdo ressaltou que, embora a abertura de novos mercados seja um processo de médio a longo prazo, a atual situação pode criar oportunidades para explorar alternativas comerciais e até mesmo considerar novos acordos de livre comércio.

