Assaltantes levaram cerca de sete minutos para roubar joias de valor inestimável Internacional, França, Joias, Museu do Louvre, Paris, Roubo CNN Brasil
O ousado roubo no museu mais famoso do mundo, o Louvre, no domingo (19) se deu com ladrões invadindo a Galeria Apollo e fugindo com joias de valor “inestimável”. Os suspeitos realizaram o assalto em apenas sete minutos, informou o ministro do Interior da França, Laurent Nuñez, à rádio France Inter.
A mídia francesa noticiou que os ladrões tentaram roubar a coroa da Imperatriz Eugênie, esposa de Napoleão III, mas a coroa foi encontrada fora do Louvre, segundo a ministra da Cultura francesa, Rachida Dati. A peça dourada ornamentada, que contém 1.354 diamantes e 56 esmeraldas, foi danificada durante o roubo, de acordo com a emissora francesa TF1 e o jornal Le Parisien.
O roubo, que levou à rápida retirada dos visitantes e ao fechamento do museu pelo resto do dia, é apenas o mais recente de uma série de problemas que atingem a venerável instituição.
Construído no final do século XII, o Palácio do Louvre foi a residência oficial dos reis da França por séculos. A decisão do rei Luís XIV de transferir sua corte para Versalhes, nos arredores da capital francesa, permitiu a criação do Museu do Louvre em 1793. Desde então, ele se tornou o museu mais visitado do mundo e um dos maiores destaques culturais de qualquer visita a Paris.
No ano passado, o Louvre recebeu 8,7 milhões de visitantes, com turistas dos Estados Unidos representando 13% do total — atrás apenas dos franceses. No entanto, as grandes multidões que entram diariamente pelas portas do museu têm colocado pressão sobre o edifício centenário — e sobre sua equipe.
No início deste ano, o jornal francês Le Parisien noticiou uma carta confidencial enviada pela presidente do Louvre, Laurence des Cars, à ministra da Cultura, Rachida Dati, alertando sobre o estado de deterioração de uma das maiores atrações da Europa.
No memorando, datado de 23 de janeiro e confirmado à CNN pelo próprio museu, Des Cars pediu ajuda urgente para lidar com uma série de problemas que afetam o Louvre. Ela alertou sobre o aumento dos danos às instalações do museu, com algumas áreas ficando “muito deterioradas”.
Entre os problemas apontados estavam vazamentos de água, superlotação e variações preocupantes de temperatura, que ameaçam “colocar em risco a conservação das obras de arte”, detalhou o documento.
A presidente do museu alertou que o Louvre estava oferecendo serviços “insuficientes” ao público devido à superlotação, com áreas de alimentação e banheiros “muito abaixo dos padrões internacionais” em quantidade.
“Visitar o Louvre constitui uma provação física; chegar até as obras de arte leva tempo e nem sempre é fácil”, dizia o memorando.
Os visitantes frequentemente se aglomeram na Salle des États para ver uma das obras mais famosas do museu — senão do mundo —, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. No entanto, a presidente do museu sugeriu que a localização da obra fosse reconsiderada.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou, no final daquele mês, que a Mona Lisa ganharia uma sala dedicada dentro do Louvre como parte de um grande plano de renovação. A expansão do famoso ponto turístico parisiense deve levar até 10 anos para ser concluída.
Apenas seis meses depois, em junho, o museu fechou suas portas por um dia após os funcionários entrarem em greve, reclamando de multidões incontroláveis, falta de pessoal e más condições de trabalho em um edifício incapaz de suportar sua atual popularidade.
O ousado roubo em plena luz do dia, ocorrido no domingo, também não foi o primeiro caso de furto a atingir o Louvre.
O mais famoso deles envolveu justamente a joia da coroa do museu: a Mona Lisa, que foi roubada em 1911 pelo operário italiano Vincenzo Peruggia. Escondendo a pintura sob suas roupas, Peruggia conseguiu sair do prédio sem ser detectado e só foi capturado dois anos depois. O público ficou fascinado com a caçada que durou dois anos, e o ousado furto acabou transformando a Mona Lisa de uma obra relativamente desconhecida em um ícone de fama mundial.
Mais recentemente, duas peças de armadura do século XVI foram devolvidas ao Museu do Louvre quase 40 anos após terem sido roubadas. O capacete e a couraça da era renascentista estavam em exposição no Louvre quando foram furtados durante a noite de 31 de maio para 1º de junho de 1983. Somente em março de 2021 os artefatos roubados foram devolvidos ao museu.

