Após acusações de violações do acordo vindas dos dois lados, mediadores intensificam esforços para progredir com a trégua Internacional, Benjamin Netanyahu, Cessar-fogo, Conflito Oriente Médio, Donald Trump, Estados Unidos, Hamas, Israel, Palestinos, Reféns CNN Brasil
Os Estados Unidos, Egito e Catar, mediadores do acordo de paz em Gaza, intensificaram esforços esta semana para estabilizar os estágios iniciais da trégua entre Israel e Hamas e para levar adiante o plano de cessar-fogo de 20 pontos do presidente americano, Donald Trump.
Uma delegação do Hamas liderada pelo líder exilado do grupo em Gaza, Khalil Al-Hayya, foi ao Cairo para conversas com o Egito.
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, foi a Israel nesta semana. Os enviados Steven Witkoff e Jared Kushner se encontraram com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Autoridades egípcias também se encontraram com Netanyahu.
A primeira fase do cessar-fogo envolveu a interrupção dos combates, a devolução de reféns, o aumento do fluxo de ajuda e uma retirada parcial das forças israelenses para uma “linha amarela”.
Ações de cada lado durante a trégua
As forças israelenses recuaram de algumas partes de Gaza, mas cerca de metade da faixa permanece sob controle de Israel.
Nesta semana, os militares disseram que começaram a marcar a linha de retirada, alertando o Hamas e os moradores para que se mantivessem afastados.
O grupo libertou todos os 20 reféns vivos que mantinha presos. Eles entregaram 13 corpos de reféns, deixando 15 ainda em Gaza.

O Hamas afirma que escombros e outros fatores podem complicar a recuperação de vários corpos.
Israel acredita que o grupo pode devolver rapidamente mais cinco corpos e está adiando a ação. Uma força-tarefa internacional deve localizar o restante.
O país libertou cerca de dois mil palestinos, incluindo 250 presos com longa pena, mas vetou a libertação de alguns líderes militantes proeminentes. Também devolveu 165 corpos de palestinos a Gaza.
Israel facilitou a entrada de mais caminhões de ajuda humanitária por duas passagens em Gaza, mas autoridades da ONU e palestinas disseram que isso ainda está longe de ser suficiente.
Desafios da primeira fase do acordo
Episódios contínuos de violência ocorreram em torno da “linha amarela” que demarca a retirada parcial israelense dentro de Gaza.
Nesta semana, Israel começou a demarcar a linha com blocos de concreto amarelos após repetidos registros de disparos.
O país afirma ter atirado contra supostos militantes que cruzaram a linha. Moradores de Gaza rebatem que não está claro onde a linha passa.
Militantes palestinos mataram dois soldados israelenses em Rafah.
Israel respondeu com ataques aéreos que, segundo as autoridades de saúde de Gaza, deixaram 28 mortos.
O Hamas e Israel posteriormente se comprometeram novamente com a trégua.
Em Gaza, o grupo restabeleceu o controle, matando integrantes de grupos rivais e aqueles que acusa de colaborar com Israel.
O Hamas disse que a ajuda está chegando muito lentamente. Israel afirma que está cumprindo os acordos. A passagem de fronteira de Rafah, do Egito para Gaza, também deve ser reaberta, mas Israel ainda não o fez.

Próximas fases do acordo
Uma força de estabilização apoiada pelos Estados Unidos deve garantir a segurança em Gaza. Os detalhes ainda não foram acordados.
Washington concordou em fornecer até 200 soldados para apoiar a força sem serem enviados para o território palestino.
Autoridades americanas disseram que também estão conversando com a Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Catar, Turquia e Azerbaijão para contribuir.
O presidente americano quer que o Hamas e outras facções se desarmem e que Gaza seja desmilitarizada.
O grupo nunca aceitou isso e afirma que os mediadores ainda não começaram oficialmente a discutir a questão com ele.
Gaza será governada por um comitê de transição de tecnocratas palestinos apolíticos. No entanto, a composição desse órgão ainda não foi acordada.
O grupo palestino aceitou a formação desse órgão, mas afirma que teria um papel na sua aprovação.
O painel seria supervisionado por um novo órgão internacional de transição chamado “Conselho da Paz”, liderado por Trump.
A formação da liderança e a possível inclusão do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair ainda não foram acertadas.
Retirada israelense e fim da guerra
Novas retiradas israelenses ainda não foram acertadas e dependerão, em parte, da avaliação do próprio Israel sobre o grau de ameaça que o Hamas ainda representa.
O grupo afirma que a guerra só terminará quando Israel se retirar totalmente.
O plano de Trump prevê a reforma da Autoridade Palestina. Não está claro o que isso envolveria ou qual papel ela assumiria no futuro.
O plano afirma que a trégua poderia, em última análise, criar as condições para um caminho confiável para a autodeterminação palestina.
Netanyahu, até o momento, se recusou a aceitar a possibilidade de um Estado palestino.

 
			 
			 
		
