Comitiva do líder foi cerca por um grupo de 500 pessoas que atirou pedras contra os veículos Internacional, América Latina, ataque, Daniel Noboa, Equador CNN Brasil
A comitiva do presidente do Equador, Daniel Noboa, foi atacada na terça-feira (7), informou o governo. A ministra da Energia do país classificou o caso como uma tentativa de assassinato.
Segundo Inés María Manzano, um grupo de 500 pessoas cercou a comitiva e atirou pedras. Além disso, foram encontradas “marcas de bala”.
Ela afirmou que Noboa não se feriu e passa bem, enquanto cinco pessoas foram presas. Segundo nota da Presidência, os presos serão processados por terrorismo e tentativa de homicídio.
Esta não é a primeira vez que um comboio que transporta Noboa é atacado. Em setembro, aproximadamente 350 pessoas atacaram uma caravana que transportava o presidente e diplomatas também durante um protesto.
Nas últimas semanas, manifestantes, liderados principalmente pela comunidade indígena do Equador, bloquearam estradas e entraram em confronto com as forças de segurança, com um caso na semana passada que deixou um civil morto e diversos feridos.
Os manifestantes argumentam que o governo está reprimindo violentamente a dissidência sobre a nova política de combustíveis.
No fim de semana, o governo declarou estado de emergência em 10 províncias, citando “graves distúrbios internos”.
Daniel Noboa: herdeiro de um império de bananas
Daniel Noboa, 37, é filho do bilionário empresário do comércio de bananas Álvaro Noboa, que concorreu à Presidência cinco vezes sem sucesso. Noboa realizou o desejo de seu pai ao vencer as primeiras eleições de 2023.
Noboa começou sua carreira empreendedora aos 18 anos, quando fundou o DNA Entertainment Group, uma empresa focada na produção de eventos. Ele então se juntou às fileiras da Noboa Corporation, o império de bananas de seu pai, onde atuou como o mais jovem diretor de remessas da corporação.
Antes de se tornar presidente, Noboa atuou brevemente na política como membro da Assembleia, de 2021 a 2023. Seu mandato foi interrompido pela “morte cruzada” e pela dissolução da Assembleia.
Noboa tem três filhos, é bacharel em administração pela Universidade de Nova York e tem MBA pela Universidade Northwestern.
Além disso, em seu site oficial, ele informa que estudou Administração Pública em Harvard e tem mestrado em Comunicação Política pela Universidade George Washington.
O líder foi reeleito em abril pelo movimento ADN (Ação Democrática Nacional), seu segundo mandato termina em 2029.

Noboa acumula tensões políticas
O mandato presidencial de Noboa foi marcado por tensões com sua vice-presidente, Verónica Abad, a quem ele manteve fora de seu círculo governamental e enviou duas vezes em missões especiais para Israel e Turquia.
O presidente e Abad estão atualmente envolvidos em sérias disputas de poder sobre a campanha eleitoral e a decisão de Noboa de impedir que Abad o substitua como presidente durante a corrida. Segundo o presidente, Abad tenta todos os dias “conseguir sua demissão”.
Sua presidência também sofreu um revés diplomático significativo depois que a polícia invadiu a embaixada mexicana em Quito para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, que está cumprindo duas penas por corrupção.
A invasão armada levou ao rompimento de relações com o México e à condenação de muitos países da região.