Samuel Pessôa, pesquisador do FGV IBRE, analisa a situação econômica argentina e destaca recuperação salarial no setor privado
Este conteúdo foi originalmente publicado em Salários na Argentina avançaram a níveis pré-Milei, diz Samuel Pessôa no site CNN Brasil. Macroeconomia, -transcricao-de-video-money-, Argentina, CNN Brasil Money, Javier Milei CNN Brasil
A economia argentina tem mostrado sinais de recuperação, com os salários do setor privado superando os níveis observados antes da posse de Javier Milei, segundo análise do economista Samuel Pessôa, pesquisador associado do FGV IBRE.
Em entrevista ao CNN Money, Pessôa detalhou a atual situação econômica do país vizinho. De acordo com o economista, tanto os trabalhadores formais quanto os informais do setor privado argentino já estão experimentando níveis salariais reais superiores aos registrados antes da chegada de Milei ao poder.
“Os salários do setor privado, tanto do trabalhador formal como do trabalhador informal, eles já estão em níveis reais superiores a observados antes do Milei assumir”, afirmou Pessôa.
Recuperação após queda inicial
Pessôa explicou que houve uma queda inicial nos salários devido ao ajuste econômico implementado por Milei. No entanto, a recuperação foi rápida, superando a base deprimida resultante de anos de inflação e desorganização econômica.
“A base era muito deprimida em função de anos e anos de inflação e desorganização econômica. O Milei assumiu, com o ajuste duro dele os salários caíram, mas atualmente eles já estão levemente, não é muito, levemente maiores do que os observados”, esclareceu o economista.
Contudo, Pessôa ressaltou que essa recuperação salarial não se estendeu ao setor público. Segundo ele, os trabalhadores estatais ainda não conseguiram recuperar o poder de compra de sua renda, o que pode estar relacionado à agenda de Milei de redução do papel do estado na economia.
Impacto no turismo e nas compras
O economista também comentou sobre o recente fenômeno de argentinos viajando ao Brasil para fazer compras, especialmente em cidades como Florianópolis. Ele atribuiu essa situação à política cambial adotada pelo governo argentino.
“Ele segurou o câmbio. E não deixa o capital sair, está com a conta de capital fechado, tem uma artificialidade”, explicou Pessôa, sugerindo que essa medida tornou o Brasil comparativamente mais barato para os argentinos.
A análise de Pessôa oferece uma visão abrangente das complexidades econômicas enfrentadas pela Argentina sob o governo Milei, destacando tanto os avanços quanto os desafios persistentes na busca pela estabilidade econômica do país.
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