Encerramento das vagas de fim de ano e aumento da Selic ajudam a entender a taxa de desemprego em 6,5%
Este conteúdo foi originalmente publicado em Sazonalidade e juros explicam avanço da taxa de desemprego, dizem analistas no site CNN Brasil. Macroeconomia, CNN Brasil Money CNN Brasil
A variação de 0,3 ponto percentual na taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro é reflexo da sazonalidade, em razão das vagas temporárias de fim de ano e da alta da taxa básica de juros, avaliam economistas ouvidos pela CNN.
A taxa de desemprego avançou a 6,5% entre os meses de novembro e dezembro de 2024 e janeiro de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o dado na manhã desta quinta-feira (27).
Bruno Imaizumi, economista da LCA 4Intelligence, afirma que as altas na taxa de desemprego são comuns nos três primeiros meses do ano por conta do encerramento das ocupações temporárias contratadas para as festas, como Natal e Ano Novo.
“É preciso lembrar que a pesquisa é uma média móvel trimestral. Então, sai outubro, que costuma ter muitas contratações, e entra o mês de janeiro, que geralmente apresenta uma redução nas ocupações devido aos trabalhadores temporários do final de ano”, disse.
Já para Rafael Perez, economista da Suno Research, setores mais dependentes do crédito e do consumo das famílias começam a sentir os efeitos da política monetária contracionista do Banco Central.
“Basta pensar que o empresário hoje olha para o futuro e não vê perspectivas de grande melhora na economia, devido a uma Selic muito mais alta e a uma queda na demanda. Então, ele já começou, provavelmente, a contratar menos ou até a demitir mais”, destacou Perez.
Na leitura de Renan Pieri, professor de economia da FGV EAESP, a geração de empregos aponta sinais de estabilização da taxa de desemprego ao longo deste primeiro semestre devido à proximidade do “limite de geração de empregos” pelo mercado de trabalho.
“O país passou por um processo de forte crescimento do emprego, mas esse movimento desacelerou. Isso não significa que estamos em uma crise econômica, mas sim que o mercado de trabalho pode ter atingido um limite próximo do pleno emprego”, concluiu.
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