Pacote que cancela US$ 9 bilhões em verbas, agora voltará para a Câmara americana, onde deve receber aprovação final até sexta-feira (18) Internacional, doge, Donald Trump, Estados Unidos, Republicanos, Senado americano CNN Brasil
Os republicanos do Senado dos Estados Unidos concordaram na madrugada desta quinta-feira (17) em cancelar US$ 9 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) em verbas para ajuda externa e radiodifusão pública.
A medida indica que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está um passo mais perto de ter o Congresso oficialmente aprovado em uma parte dos cortes de gastos do Departamento de Eficiência Governamental.
O pacote agora retorna à Câmara para aprovação final, onde deve ser aprovado até o prazo de sexta-feira (18), conforme as regras orçamentárias que os republicanos usam para aprová-lo sem os votos dos democratas.
Se passar, o pacote seguirá para a mesa de Trump, onde ele deverá assinar a iniciativa partidária para recuperar os recursos federais que o Congresso já havia enviado.
Embora a maioria dos republicanos do Senado tenha apoiado firmemente os cortes de gastos e pressionado por mais, alguns membros do partido expressaram preocupação com a iniciativa da Casa Branca, argumentando que ela estabeleceu um precedente prejudicial que mina a autoridade do Congresso.
Dois republicanos se opuseram à medida na votação final: a senadora Susan Collins, que preside o Comitê de Dotações do Senado, e a senadora Lisa Murkowski. A contagem final foi de 51 a 48.
Aproximadamente US$ 8 bilhões (cerca de R$ 44 bilhões) serão retirados de programas de ajuda externa aprovados pelo Congresso como parte dos esforços da Casa Branca para desmantelar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Outros US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões) vêm da Corporation for Public Broadcasting (Corporação para Radiodifusão Pública), que ajuda a financiar a NPR e a PBS.
O Senado aprovou o projeto de lei após uma longa sessão de votação sobre emendas, que se estendeu da tarde de quarta-feira (16) até as primeiras horas da manhã desta quinta-feira e durou mais de 12 horas e meia.
Os democratas propuseram uma série de emendas tentando eliminar disposições da legislação, mas nenhuma foi adotada.
Trump e sua equipe passaram semanas trabalhando para convencer os republicanos a apoiarem seu plano. As autoridades foram forçadas a fazer pelo menos uma grande concessão antes da votação final no Senado, cedendo à exigência de vários senadores republicanos de poupar verbas para o PEPFAR, programa da era Bush para combater a AIDS global.
Aprovação da Câmara
Agora, a pressão recai sobre os republicanos da Câmara para que adotem os cortes de gastos antes do prazo final de sexta-feira (18). A Câmara aprovou o pacote inicialmente em junho, mas precisa retomá-lo porque o Senado fez alterações no projeto.
Pouco antes da votação final do Senado, a Câmara votou pela adoção do que é conhecido como emenda substitutiva — medida que os republicanos usaram para fazer ajustes na versão da Câmara do projeto.
Se a Câmara aprovar a nova versão da legislação, como esperado, será a segunda vez neste mês que terá que aceitar as mudanças feitas pelo Senado antes de um prazo iminente, após terem adotado por uma pequena margem a versão dos senadores do abrangente projeto de lei da agenda de política interna do presidente, antes de 4 de julho.
Enquanto os republicanos se preparavam para avançar com o projeto de lei na terça-feira (15) em uma série de votações processuais, os líderes republicanos revelaram uma mudança fundamental ao retirar um corte controverso de US$ 400 milhões que os senadores acreditavam que impactaria o programa de auxílio à AIDS, o PEPFAR.
O programa tem sido popular entre muitos senadores e é visto como uma ferramenta fundamental para ajudar os EUA a combater a epidemia de AIDS em todo o mundo.
O vice-presidente JD Vance deu votos de desempate a favor do projeto de lei para superar os obstáculos processuais.
Mas as mudanças não foram suficientes para Collins e Murkowski, que argumentaram que o governo não forneceu detalhes suficientes sobre como os cortes seriam implementados e levantaram preocupações sobre o potencial de consequências adversas.
O ex-líder republicano no Senado, Mitch McConnell, votou com Collins e Murkowski contra as votações processuais de terça-feira para avançar com o projeto de lei, mas o republicano do Kentucky acabou votando a favor do projeto final.