A combinação de uma crise financeira interna e da guerra tarifária impulsionada recentemente pelos Estados Unidos pode colocar em xeque o futuro de duas das principais marcas de luxo da Stellantis. O conglomerado teria contratado uma consultoria para avaliar estratégias que incluem a venda de Alfa Romeo e Maserati.
A empresa acumulou perdas expressivas em 2024. A receita líquida teve queda de 70% em relação ao ano anterior, com faturamento de 5,5 milhões de euros. Este foi um dos pontos cruciais que resultaram na renúncia de Carlos Tavares, CEO que comandou a fusão entre Fiat Chrysler e a PSA em 2021.
Alfa Romeo e Maserati, já em situação delicada, viram seus números despencarem. A Alfa vendeu apenas 8.865 unidades nos EUA em 2024, queda de 19% em relação a 2023, enquanto a grife compatriota comercializou 11.300 veículos globalmente, dos quais menos de 4.819 foram destinados ao mercado norte-americano.
Com as tarifas de 25% sobre veículos importados, válidas para todos os modelos das duas marcas italianas, uma vez que nenhuma possui fábrica nos EUA, os preços para o consumidor final podem subir drasticamente, tornando os carros ainda menos competitivos.
Guerra tarifária
Mesmo que o presidente Donald Trump tenha focado recentemente em pesar a mão contra a China e relaxar as tarifas para outros mercados, a situação da Stellantis ainda é complicada. Todos os modelos da linha Alfa Romeo e Maserati vendidos nos EUA são importados da Itália.
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De acordo com informações do Automotive News Europe, a consultoria McKinsey & Company foi incumbida de analisar alternativas, como parcerias com montadoras asiáticas, especialmente chinesas, ou a venda total das marcas.
Segundo fontes próximas à discussão, há interesse de investidores chineses em adquirir ativos premium europeus, aproveitando a desvalorização causada pela crise. No entanto, a Stellantis ainda não confirmou negociações específicas.
Futuro incerto
Enquanto avalia seu destino, a Alfa Romeo tenta se reinventar. A marca trabalha em novas gerações do SUV Stelvio e do sedã Giulia, previstos para 2027. Já a Maserati, que planejava uma transição para a eletrificação com o MC20 EV, cancelou o projeto devido às incertezas econômicas.
A decisão reflete a priorização de recursos para marcas mais lucrativas da Stellantis, como Jeep e RAM, em detrimento de divisões historicamente deficitárias.
