Gestor vê “cauda longa” comparável a pleito disputado entre Dilma Rousseff e Aécio Neves Mercado, CNN Brasil Money, Eleições 2026, estilo-cnn-money, Mercado Financeiro CNN Brasil
Luis Stuhlberger, fundador e gestor do Fundo Verde, acredita que as eleições de 2026 serão “uma das eleições de caudas mais fortes que a gente já viu”.
Um “cenário de cauda” se refere a um evento estatisticamente raro, mas de efeitos desproporcionais, duradouros e fora das expectativas médias. Em evento do Itaú BBA, Stuhlberger disse que “olharia um cenário de cauda de continuidade pior que o mercado está precificando hoje”.
Com continuidade, o gestor se refere a uma eventual reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A impressão que o mercado dá hoje é que […], pelos preços de opções, a continuidade, um Lula 4, não seria muito pior que um Lula 3. […] Que não é um cenário de comprar proteção”, ponderou o fundador do Fundo Verde.
“O que todo mundo espera? Que vai se manter essa toada de aumento de gastos e outras coisas que a gente nem imagina – mas eu até imagino um aumento de Bolsa Família se o governo conseguir aprovar mais aumento de imposto, é o que falta no playbook do ano que vem. […] Me parece ser uma eleição mais binária e de caudas mais longas, tanto do lado positivo como negativo”, pontuou.
O que torna o cenário volátil, segundo o gestor, é o fato de esta ser uma eleição “binária” e ainda indefinida.
“2002 não foi muito mais forte do que isso? Foi, mas quando chegou a eleição, o Lula já tinha ganho. Outra coisa é você chegar numa eleição de caudas largas com eleição 50-50, como parece ser o caso agora.”
Ao comparar com pleitos passados, Stuhlberger afirma que a única disputa parecida foi a que ocorreu entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
O gestor observou que se o governo assumir uma postura de compromisso com um ajuste fiscal, ainda que mínimo, seria o suficiente para apaziguar o mercado num caso de reeleição.
“Ter um plano para a noite que a eleição for ganha […], dizer, por exemplo, que a previdência vai subir pelo IPCA e não pelo salário mínimo, basta falar isso que os mercados se acalmam.”
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