Exportadores brasileiros, que já vêm sofrendo com queda na cotação, apontam agora encarecimento do produto nos EUA
Este conteúdo foi originalmente publicado em Tarifaço eleva custo do suco de laranja em US$ 100 milhões, diz CitrusBR no site CNN Brasil. Macroeconomia, CNN Brasil Money, EUA, Exportações, tarifas Trump CNN Brasil
O “tarifaço” aplicado pelo presidente Donald Trump aumentará o custo dos produtores brasileiros de suco de laranja em US$ 100 milhões por ano em suas vendas para o mercado americano, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
O cálculo se baseia no desempenho atual da safra 2024/25 e projetando-se exportações anualizadas de 235,5 mil toneladas de suco concentrado ou congelado para os Estados Unidos. No ano passado, o faturamento com essas vendas atingiu US$ 880 milhões.
Hoje o governo americano cobra uma tarifa de US$ 415 por tonelada. A estimativa da CitrusBR é que a nova alíquota de 10%, aplicada especificamente sobre o Brasil, represente US$ 100 milhões se durar todo o ano de 2025 – o equivalente a R$ 585 milhões pela taxa de câmbio atual.
“As empresas brasileiras seguem, de forma individual e com base em suas estratégias comerciais, abastecendo o mercado dos EUA com suco de laranja de alta qualidade”, diz a CitrusBR.
“O setor lamenta, no entanto, que a medida tenha sido adotada sem considerar o histórico de complementaridade entre a produção brasileira e a indústria da Flórida, além da relação de longo prazo com empresas engarrafadoras que atuam nos EUA”, acrescenta.
Na semana passada, a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) já havia destacado o suco de laranja como um dos produtos do agronegócio brasileiro mais afetados pelo “tarifaço” de Trump.
A entidade empresarial afirmou que o Brasil representa 90% e 51% das compras americanas de suco de laranja resfriado e congelado, respectivamente.
Não há outros fornecedores em larga escala, como os brasileiros, para o mercado dos Estados Unidos. A maior concorrência é com os produtores locais.
Com isso, diminui-se o impacto do suposto “ganho relativo” da tarifa de 10% aplicada ao Brasil — menor do que a adotada contra produtos vindos de outras partes do mundo, como a Ásia e a Europa.
O encarecimento do suco exportado pelo Brasil acaba fortalecendo os próprios produtores americanos no maior mercado do mundo.
Trata-se de mais um fator de angústia para o setor, que já amarga uma queda superior a 50% das cotações na Bolsa de Nova York — na comparação com o pico alcançado em setembro de 2024 — para os contratos futuros de suco de laranja concentrado e congelado.
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