Segundo apuração da CNN, elevação da alíquota do Reintegra e flexibilização para compras governamentais estiveram entre as medidas mais celebradas Macroeconomia, CNN Brasil Money, Empresários, estilo-cnn-money, tarifaço de Trump, Tarifas 50% contra o Brasil CNN Brasil
Os setores prejudicados pelo tarifaço dos Estados Unidos e socorridos pelo “plano de contingência” do governo, anunciado nesta quarta-feira (13), elogiam a robustez do pacote em uma avaliação inicial, mas ainda aguardam detalhes sobre a medidas.
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Ricardo Alban, em conversa com jornalistas após o evento, classificou o plano como “um bom começo”. “É importante também ter sido sinalizado que, se novas medidas forem necessárias, será automático. É um conjunto de ações que estão no caminho certo”, disse.
Ainda neste segmento, logo após o anúncio do plano, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) manifestou apoio ao pacote. “Medidas para preservar empregos, diversificar mercados e assegurar condições justas de comércio internacional são importantes e demonstram compromisso com a defesa dos setores produtivos nacionais”, escreveu em nota.
Também representando o setor produtivo, a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) apontou que o plano é um primeiro passo para mitigar os danos do tarifaço, considerando o pacote como fundamental.
“A Firjan reforça, mais uma vez, a importância da continuidade do diálogo entre os governos, com apoio do setor empresarial, para a busca de soluções negociadas e que preservem o ambiente de negócios e investimentos entre os países. Assim, como a federação também defende a necessidade de implementar a abertura de novos mercados”, escreveu.
Já a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) apontou, também em nota, que as medidas são paliativas e não resolvem a raiz do problema. Para a entidade, o impacto real sobre a preservação da competitividade industrial dependerá da agilidade na execução e da eliminação de barreiras burocráticas que atrasam a chegada do apoio ao setor produtivo.
As medidas podem dar algum fôlego às empresas, mas não resolvem a raiz do problema. É urgente que o Brasil mantenha negociações firmes e produtivas com o governo norte-americano, buscando reverter as tarifas e resguardar uma relação comercial estratégica. Se não houver rapidez na implementação e clareza nas regras, o risco é que os recursos e incentivos fiquem no papel”, disse o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.
O presidente da APRE Florestas (Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal), Fabio Brun, em mensagem disparada à imprensa manifestou “avaliação positiva”. “O pacote contém vários pontos que podem auxiliar empresas que exportam para os Estados Unidos no curtíssimo prazo, permitindo que as companhias sejam capazes de sobreviver”, disse.
Já a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados) reconheceu avanço no apoio às empresas exportadoras com as medidas anunciadas. Mas disse que as “não contemplam plenamente a realidade da cadeia produtiva da fruticultura”.
“O pequeno produtor, que comercializa sua produção para empresas exportadoras, corre o risco de ficar desamparado neste plano de contingenciamento, uma vez que os instrumentos anunciados priorizam o exportador direto. Sem medidas que cheguem efetivamente à base da produção, há risco de retração nas compras e prejuízo à renda e à permanência desses produtores no campo”, escreveu.
Segundo apuração da CNN, a elevação da alíquota do Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários) e a flexibilização para compras governamentais estiveram entre as medidas mais celebradas.
Todavia, na avaliação de segmentos, ainda faltam detalhes sobre o pacote, por exemplo, com relação às taxas de juros das linhas de crédito disponibilizadas e critérios a serem utilizados para definir quais empresas terão acesso ao plano.
O pacote ainda depende de atos — como portarias, resoluções e definições de critérios — para começarem a ser de fato implementadas. Nos próximos dias, medidas mais simples, como a compra de alimentos perecíveis, já entrarão em vigor. No entanto, o acesso ao crédito, por exemplo, pode demorar mais.
Em coletiva de imprensa para detalhar as medidas, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, afirmou que a primeira etapa será uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para a próxima semana, para definir as condições da linha de crédito de R$ 30 bilhões.
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