Imposições variam de 10% a 50%, afetando importantes parceiros comerciais Macroeconomia, -transcricao-de-videos-, CNN Brasil Money, Donald Trump, Estados Unidos, tarifaço de Trump CNN Brasil
Com os reajustes tarifários anunciados pelos Estados Unidos na quinta-feira (31), as alíquotas cobradas pelo país alcançaram níveis não registrados desde a década de 1930.
O Brasil emerge como o país mais impactado pela decisão, enfrentando uma taxa total de 50%, a mais elevada dentre todas as nações afetadas.
As novas tarifas, que entram em vigor a partir de 7 de agosto, estabelecem um piso de 15% para países com os quais os Estados Unidos mantêm déficit comercial.
Para aqueles com os quais os norte-americanos possuem superávit, a tarifa universal permanece em 10%.
A tarifa recíproca ao Brasil ficou em 10%, que será acrescida de uma sobretaxa de 40% no dia 6 de agosto.
Impacto nos principais parceiros comerciais
O Reino Unido conseguiu negociar uma taxa de 10%, enquanto União Europeia e Japão enfrentarão tarifas de 15%. O Canadá, importante parceiro comercial dos EUA, terá uma taxa de 35%.
UE, México, China e Canadá, que juntos representam 60% das importações americanas, enfrentarão taxas superiores às anteriormente estabelecidas.
Os mercados financeiros reagiram negativamente ao anúncio. As principais bolsas norte-americanas registraram quedas significativas, com o Dow Jones recuando 1,3%, o S&P 500 1,6% e o Nasdaq 2,5%. Na Europa, os índices chegaram a cair quase 3%, enquanto os mercados asiáticos apresentaram quedas próximas a 1%.
Sinais de desaceleração econômica
Dados do mercado de trabalho norte-americano de julho revelaram a criação de menos vagas que o esperado, com uma revisão importante dos números de maio e junho que resultou na eliminação de 258 mil empregos. Adicionalmente, houve uma redução de 1,2 milhão de trabalhadores nascidos no exterior na força de trabalho americana.
A perspectiva de um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve em setembro aumentou de 35% para 75%, refletindo preocupações com o impacto das medidas tarifárias no mercado de trabalho. Analistas da Capital Economics indicam que ainda pode haver uma “montanha-russa” de acordos comerciais nos próximos meses.
Publicado por João Nakamura, da CNN
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