Setor madeireiro é um dos mais impactados pela tarifa de Donald Trump contra Brasil Negócios, CNN Brasil Money, Donald Trump, Estados Unidos, Santa Catarina, tarifaço de Trump CNN Brasil
O grupo Ipumirim Mouldings, madeireiro com operação no Oeste do estado de Santa Catarina, deu férias coletivas a quase 500 de seus colaboradores, confirmou a empresa nesta quinta-feira (24).
A marca é dividida em quatro divisões, uma de portas, uma de kits de portas prontas, a Ipumirim Florestal e a IP Mouldings. Desde 1965 no ramo de madeira, a empresa diz ser “conhecida como uma das líderes na fabricação de molduras de madeira”.
Do distrito industrial de Ipumirim (SC), o grupo exporta molduras para Europa, Canadá e os Estados Unidos, sendo 95% de suas vendas destinadas aos norte-americanos.
O setor madeireiro é um dos mais impactados pelo tarifaço do presidente Donald Trump contra o Brasil. Na sexta-feira da próxima semana, dia 1º de agosto, os EUA devem levantar uma alíquota de 50% sobre os importados brasileiros.
Em nota do dia 18 de julho, a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) disse que o setor brasileiro enfrenta “o início de um colapso” por conta da tensão comercial com os EUA.
Além do cancelamento de contratos, os madeireiros listam entre suas inseguranças a situação de seus empregados, relatando que diversas empresas “estão sendo obrigadas a optar por férias coletivas forçadas, na tentativa de ganhar tempo e preservar empregos, enquanto outras estão planejando desligamentos”.
Segunda maior empresa do setor no país e terceira na América Latina, a Millpar afirma, em nota, que alguns setores da unidade de Guarapuava (PR) entraram em férias coletivas em 14 de julho – cinco dias após o anúncio do tarifaço -, por um período de 15 dias.
A Abimci afirma que o setor emprega aproximadamente 180 mil pessoas. Sobre a operação, afirma que a operação é 90% concentrada na região Sul do país e que “alguns segmentos madeireiros dependem exclusivamente dos EUA, com 100% de suas vendas atreladas a esse mercado”.
Em 2024, os madeireiros exportaram cerca de US$ 1,6 bilhão em produtos aos EUA, o que, segundo a entidade, “representa uma dependência do mercado norte-americano de uma média de 50% da produção nacional”.
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