Após Donald Trump impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, especialista sugere diversificação e foco em acordos comerciais Economia, -transcricao-de-videos-, Comércio exterior, economia, Estados Unidos, Governo Lula CNN Brasil
As empresas brasileiras podem enfrentar desafios significativos nos próximos anos devido à postura do governo americano em relação ao comércio internacional. Essa é a avaliação do economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, em entrevista à CNN.
Segundo Vale, a recente ameaça de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, pode resultar em perdas substanciais para as exportações do país. “Estamos falando de uma economia americana para a qual exportamos hoje mais ou menos U$ 40 bilhões. Se continuar do jeito que está, olhando o segundo semestre, teremos de U$ 5 a U$ 10 bilhões que podem ser perdidos de exportação para os Estados Unidos por conta disso”, explicou o economista.
Estratégias de adaptação
Diante desse cenário, o economista ressalta a necessidade das empresas brasileiras se adaptarem rapidamente. “As empresas vão ter que repensar, buscar mercado doméstico para o que não conseguir exportar e procurar outros países para fazer essa negociação”, afirmou.
Vale também destaca a importância de se preparar para um cenário de incerteza prolongada, considerando que Trump ainda tem mais três anos e meio de mandato pela frente. “As empresas não podem esperar. Essa ideia de buscar novos mercados, buscar no caso brasileiro essa questão do acordo comercial com a União Europeia, fica mais do que essencial agora”, enfatizou.
Diversificação e acordos comerciais
Vale sugere que as empresas brasileiras devem focar na diversificação de mercados, buscando oportunidades na Ásia e em outras regiões. Além disso, ele ressalta a importância de avançar em acordos comerciais, como o da União Europeia, para impulsionar o crescimento e a produtividade do país.
O economista alerta ainda para a possibilidade de mudanças abruptas nas políticas comerciais americanas, que podem ser influenciadas por fatores políticos internos do Brasil. “Esse grau de insegurança, de incerteza vai permanecer com os empresários e com a gente ao longo dos próximos quatro anos”, concluiu Vale, reforçando a necessidade de preparação e adaptação contínua por parte do setor exportador brasileiro.