IPCA-15 desacelerou para 0,43% com alta de alimentos
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Os alimentos e bebidas representam o grupo com maior alta e impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — 15 (IPCA-15).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — 15 (IPCA-15) desacelerou a 0,43% em abril, após ter avançado 0,64% em março, informou nesta sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta de 1,14% em alimentos e bebidas representou uma alta de 0,25 ponto percentual na alta de 0,43% do IPCA-15. A alta foi puxada pelos seguintes itens:
- Tomate (32,67%)
- Café moído (6,73%)
- Leite longa vida (2,44%)
Clima encarece o tomate
Em relatório de abril, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia que a diminuição da oferta de tomates é resultado de questões climáticas.
“A proximidade do final da safra de verão provocou esse comportamento, com algumas áreas com escassez de tomate em ponto de colheita. A oferta em março foi 3,3% inferior à de fevereiro”, escreveu o órgão do governo federal.
Em paralelo, o calor intenso e as chuvas constantes no campo atrapalharam a cultura dos tomates no primeiro trimestre.
Porém, os preços podem cair. “Enquanto a safra de verão está em seu final, a safra de inverno vem ganhando força. Essas duas safras no mercado podem pressionar os preços para baixo ou, caso não sejam suficientes, pelo menos arrefecer sua subida”, avalia.
Baixa produção e alta demanda do café
As altas temperaturas afetam a produção do café, cultura habituada a temperaturas médias. Tanto no Brasil quanto em outros países produtores de café, como o Vietnã, a produção foi afetada pela diminuição da oferta.
A baixa produção, combinada com o aumento na demanda global e o fortalecimento do dólar, fez com que um maior volume fosse escoado para o mercado internacional, com menor disponibilidade para o mercado interno.
O preço do café moído saltou 77,8% nos últimos 12 meses até março, como mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado no início de abril e relativo a março.
Demanda e custos impactam o leite
O Boletim do Leite de abril do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) detalha que a maior demanda entre as indústrias de laticínios por leite cru levou à alta dos preços pagos nos primeiros dois meses de 2025.
Na mesma linha, os custos de produção do gado leiteiro apresentaram em março o terceiro mês consecutivo de alta.
“Cálculos do Cepea mostram que o Custo Operacional Efetivo (COE) avançou 0,79% em relação a fevereiro/25, considerando-se a ‘média Brasil’ (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). A alta nos custos de produção está atrelada principalmente à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho”, escreveu o instituto.
IPCA-15
Os preços utilizados no cálculo do IPCA-15 foram coletados entre os dias 18 de março e 14 de abril de 2025 (período de referência) e comparados com os vigentes entre 13 de fevereiro e 17 de março de 2025 (período base).
O índice considera famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários-mínimos e contempla as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. A metodologia aplicada é a mesma utilizada no IPCA, com diferença apenas nos intervalos de coleta de preços e na abrangência geográfica.
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