Neste quinto dia de COP30, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que o volume de subsídios concedidos mundialmente aos combustíveis fósseis bateu os US$ 7,6 trilhões até 2024 — na divulgação anterior, de 2022, eram US$ 7 trilhões.
Trata-se de quase seis vezes o valor necessário para financiar o US$ 1,3 trilhão necessário para as medidas de combate à mudança do clima apontadas no Road Map que está sendo discutido na COP30 em Belém.
O dado ainda não foi publicado oficialmente e deve sair no relatório bianual da entidade que será divulgado nos próximos dias. Segundo o chefe adjunto da Divisão de Política Climática do Fundo Monetário Internacional, Diego Mesa, trata-se de um gasto com impacto fiscal regressivo. Para cada US$ 1 de subsídio US$ 0,09 chegam aos 20% dos lares mais pobres.
O tema da COP30 desta sexta-feira (14/11) é energia. E Mesa foi um dos integrantes da reunião ministerial sobre novas abordagens para a transição dos combustíveis fósseis. O evento foi, até agora, o mais disputado do dia, com ouvintes sentados até mesmo no chão da Sala Especial São Francisco.
O dia começou com uma reunião ministerial sobre o Compromisso Belém 4X, que agora tem 23 países signatários, e o lançamento do Plano de Ação Ministerial de Energia Limpa para Combustíveis do Futuro, uma nova plataforma para ampliar o uso de combustíveis sustentáveis, liderada por Brasil e Reino Unido, que já conta com o endosso de outros 30 países para transferir tecnologia e cadeias de produção sustentáveis, colaboração sul-sul para acelerar a descarbonização da indústria especialmente em países em desenvolvimento.
Houve ainda o lançamento da Declaração de Belém sobre Industrialização Verde Global, que reunirá parceiros em torno de um esforço conjunto para acelerar a transição para uma indústria verde em todo o mundo.
A transformação setorial também está em foco: uma sessão sobre o futuro da energia no transporte marítimo traça, no final da tarde, o caminho para o transporte marítimo com emissões líquidas zero, enquanto a reunião ministerial de alto nível sobre Redes e Armazenamento impulsiona compromissos para expandir o investimento e as soluções políticas para eletrificação e acesso à energia.
Com novas iniciativas — incluindo o Conselho Global de Coordenação da Implementação de Redes e Armazenamento de Energia, um Compromisso Global Atualizado para Armazenamento e Redes de Energia e uma Estrutura para Projetos de Investimento Viáveis — o quinto dia da COP30 demonstra como mobiliza todo o ecossistema necessário para impulsionar a transição.
“Hoje são os tópicos considerados os motores de implementação: energia, indústria e finanças. Ações da agenda de ação mostram que a transição para economia de baixo carbono é irreversível”, segundo a CEO da COP30, Ana Toni.
A Aliança de Empresas de Serviços Públicos para Emissões Líquidas Zero (UNEZA, na sigla em inglês) que reúne as principais empresas globais de serviços públicos e de energia com o objetivo de liderar o desenvolvimento de redes preparadas para energia renovável, anunciou investimentos de US$ 148 bilhões.

