Presidente dos EUA determinou intervenção federal na segurança da capital do país e mobilizou Guarda Nacional Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, EUA, Washington D.C. CNN Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou Brasília ao determinar intervenção federal na segurança de Washington.
Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano afirmou que a taxa de homicídios da capital federal americana atualmente é maior do que a “de alguns dos lugares que você ouve falar como os piores lugares do planeta”.
“O número de roubos de carros [em Washington] dobrou nos últimos 5 anos e o número de sequestros relâmpagos mais que triplicou. Os homicídios em 2023 atingiram a maior taxa, provavelmente de todos os tempos”, alegou Trump.
“Nossa capital foi tomada por gangues violentas e criminosos sanguinários, hordas de jovens selvagens, maníacos drogados e moradores de rua. E não vamos deixar isso acontecer novamente. Não vamos tolerar isso”, completou.
Em certo momento do pronunciamento, o presidente americano mostrou um gráfico que supostamente indicava as taxas de homicídios de cidades ao redor do mundo e coloca Washington em primeiro lugar.
Na imagem mostrada por Trump, a capital americana possui um índice de 41 homicídios a cada 100 mil habitantes, enquanto cidades como Lima, no Peru, aparece com 7 homicídios na mesma proporção, Bogotá, na Colômbia, com 11, Cidade do México, no México, com 8 e Brasília, com 13 homicídios a cada 100 mil habitantes.
“Vejam só. Bagdá… dobramos a nossa aposta em Bagdá. Cidade do Panamá, Brasília, San José, na Costa Rica, Bogotá, na Colômbia – drogas pesadas. Cidade do México, eu mencionei Lima, no Peru. […] Então, vocês querem morar em lugares assim? Acho que não”, disse Trump.
A informação apresentada pelo presidente americano em relação a Brasília diverge dos dados consolidados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
O balanço da pasta apontou que, em 2024, foram registrados 6,8 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, índice mais baixo desde 1977, que teve 14/100 mil, portanto é a menor taxa desse tipo de crime em 48 anos.
Em relação à criminalidade em Washington, CNN apurou que, até o momento em 2025, os números totais de crimes são menores do que em 2024, de acordo com uma comparação preliminar feita pelo Departamento de Polícia Metropolitana de Washington — seguindo uma tendência semelhante de queda nas taxas de criminalidade nas principais cidades dos EUA.
Trump envia Guarda Nacional a Washington
O presidente Donald Trump determinou, nesta segunda-feira (11), o envio de 800 militares da Guarda Nacional para a capital dos EUA e colocou o Departamento de Polícia de Washington sob controle federal para combater o que ele chamou de uma onda de ilegalidade.
“Estou mobilizando a Guarda Nacional para ajudar a restabelecer a lei, a ordem e a segurança pública em Washington”, disse Trump ao lado de autoridades do governo, incluindo o secretário de Defesa Pete Hegseth e a procuradora-geral Pam Bondi.
O presidente republicano rejeitou as críticas de que ele estaria criando uma crise para justificar a expansão da autoridade presidencial em uma cidade fortemente democrata.
Centenas de policiais e agentes de mais de uma dúzia de agências federais, incluindo FBI, ICE, DEA e ATF, se espalharam pela cidade nos últimos dias.
Trump disse que também enviaria o Exército americano “se necessário”, e Hegseth afirmou estar preparado para convocar tropas adicionais da Guarda Nacional de fora de Washington. Bondi supervisionará a tomada da força policial, disse Trump.
A prefeita democrata de Washington, Muriel Bowser, rebateu as alegações de Trump , dizendo que a cidade “não está passando por um aumento de crimes” e destacando que os crimes violentos atingiram seu nível mais baixo em mais de três décadas no ano passado.
Os crimes violentos caíram 26% nos primeiros sete meses de 2025, após cair 35% em 2024, e a criminalidade em geral caiu 7%, de acordo com o departamento de polícia da cidade.
* Publicado por Léo Lopes, com informações de Trevor Hunnicutt e Nandita Bose, da Reuters
