Alberto Pfeifer, coordenador do grupo de Análise de Estratégia Internacional da USP, avalia que EUA impulsionaram reordenamento global com hegemonia de potências sobre países vizinhos Internacional, -transcricao-de-videos-, Alberto Pfeifer, conflito no Oriente Médio, Donald Trump, DSI-USP, Estados Unidos, geopolítica, Guerra, Nova ordem mundial, Oriente Médio, William Waack CNN Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou um movimento audacioso ao bombardear instalações nucleares e militares do Irã, buscando neutralizar o programa nuclear iraniano e eliminar a alta cúpula política e militar do país. Essa ação, embora ousada, não destoa da retórica e das promessas de campanha do republicano.
Segundo o coordenador-geral do Grupo de Análise de Estratégia Internacional em Defesa, Segurança e Inteligência da Universidade de São Paulo (DSI-USP), Alberto Pfeifer, o ataque, descrito como uma tentativa de “decapitação”, visa desarticular a capacidade de resposta do estado iraniano.
“No entanto, dada a dimensão e complexidade do Irã, um país de 90 milhões de habitantes, com uma estrutura de defesa sofisticada, a campanha provavelmente se estenderá por um período mais longo”, ressalta Pfeifer.
Pfeifer destaca que o cenário internacional está passando por uma reordenação, com potências mundiais exercendo hegemonia sobre suas regiões vizinhas. “A Rússia fortalece sua influência na Ucrânia e na Europa Oriental, enquanto a China intensifica sua presença no entorno asiático, incluindo a disputa por Taiwan”, explica.
“Os Estados Unidos, por sua vez, consolidam parcerias no Oriente Médio, com Israel como aliado principal e aproximações com países árabes. Trump recentemente visitou a região, preparando o terreno para ações contra o Irã, rival histórico tanto de Israel quanto de várias nações árabes”, acrescenta.
Para o coordenador do DSI-USP, esta nova ordem mundial parece calcada no poder da força e na capacidade militar, com as potências impondo sua vontade e reorganizando o tabuleiro global.
“Embora seja prematuro prever os resultados desse processo, é evidente que está em curso uma transformação significativa nas relações internacionais”, afirma.
O papel do Brasil no novo cenário
De acordo com o analisra, neste contexto de reordenamento global, o Brasil terá que definir seu posicionamento. “Até o momento, o país não adotou uma posição clara, mas eventualmente será chamado a fazer escolhas devido a seus vínculos políticos, econômicos e, principalmente, suas dependências tecnológicas e militares com alguns dos atores envolvidos”, pontua.
“A decisão do Brasil neste novo cenário internacional será crucial, considerando as implicações para suas relações diplomáticas e estratégicas no longo prazo. O país precisará avaliar cuidadosamente seus interesses e alianças para navegar neste ambiente geopolítico em transformação”, conclui.