Japão foi atingido por tarifas de 24% sobre suas exportações para os EUA, embora essas taxas tenham sido suspensas por 90 dias
Este conteúdo foi originalmente publicado em Trump se reúne nesta quarta com autoridades do Japão para negociar tarifas no site CNN Brasil. Macroeconomia, CNN Brasil Money, EUA, Japão, negociações, tarifas Trump CNN Brasil
O Japão deve iniciar as negociações tarifárias com os Estados Unidos em Washington nesta quarta-feira (16), um dos primeiros países a testar a disposição do presidente norte-americano, Donald Trump, de ceder em relação às tarifas comerciais abrangentes que agitaram os mercados e alimentaram os temores de recessão.
O principal negociador comercial de Tóquio, Ryosei Akazawa, se reunirá com o secretário do Tesouro de Trump, Scott Bessent, e com o representante comercial Jamieson Greer para discussões que também poderão abordar projetos de energia e a espinhosa questão das taxas de câmbio.
Em publicação em sua rede social Truth, Trump disse que também participará da reunião.
Embora Bessent tenha dito que há uma “vantagem de ser o primeiro a se mover”, já que mais de 75 países solicitaram conversações, o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, disse que o aliado próximo dos EUA não se apressará em chegar a um acordo e não planeja fazer grandes concessões.
O Japão foi atingido por taxas de 24% sobre suas exportações para os Estados Unidos, embora essas taxas, como a maioria das tarifas de Trump, tenham sido suspensas por 90 dias.
No entanto, uma taxa universal de 10% continua em vigor, assim como uma taxa de 25% para carros, um dos pilares da economia japonesa que depende da exportação.
Ishiba descartou, por enquanto, a possibilidade de contramedidas.
“A dificuldade para a equipe japonesa é que os Estados Unidos criaram uma enorme alavancagem para si mesmos, unilateralmente”, disse Kurt Tong, sócio-gerente do The Asia Group, uma consultoria sediada em Washington.
“Os Estados Unidos estão se oferecendo para não atingir o Japão com paus, e o Japão está preso em uma posição de oferecer um monte de cenouras. E, do ponto de vista deles, isso parece coerção econômica”, disse Tong, ex-funcionário do Departamento de Estado.
Trump há muito tempo reclama do déficit comercial dos EUA com o Japão e outros países, dizendo que as empresas norte-americanas foram prejudicadas por práticas comerciais injustas e esforços intencionais de outros países para manter moedas fracas.
Bessent reuniu-se com o vice-primeiro-ministro do Vietnã na semana passada para discutir o comércio e convidou o ministro das Finanças da Coreia do Sul para conversações em Washington na próxima semana. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, se reunirá com Trump na Casa Branca na quinta-feira para discutir as tarifas impostas à União Europeia.
O escopo das discussões de quarta-feira ainda não está claro.
Bessent disse que espera chegar a acordos que abranjam tarifas, barreiras não tarifárias e taxas de câmbio, embora Tóquio tenha feito lobby para manter o último tópico fora da agenda.
O possível investimento japonês em um projeto multibilionário de gás no Alasca também poderia ser mencionado, disse Bessent.
O Japão espera que as promessas de expandir os investimentos nos Estados Unidos ajudem a convencer os EUA de que os dois países podem alcançar uma situação “ganha-ganha” sem tarifas, disse Akazawa antes de sua partida.
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