Republicano promove demissões em diversas equipes do governo americano, desmantelando departamentos e comissões Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, William Waack CNN Brasil
Da agência de saúde até a comissão de fiscalização de energia nuclear, Donald Trump vem realizando um verdadeiro expurgo no funcionalismo público dos Estados Unidos. O foco são desafetos políticos e ideológicos de Trump.
Na última quarta-feira (27), a Casa Branca demitiu Susan Monares, diretora do Centro para Controle e Prevenção de Doenças do Departamento de Saúde. Ela resistia a pressões para alterar a política de vacinação e divulgar um estudo ligando — falsamente — os imunizantes ao autismo.
Susan acusou o secretário Robert Kennedy Jr. de instrumentalizar a saúde pública, implementando diretrizes impostas de “anticientíficas”. Após o anúncio da demissão, outros membros do alto escalão do departamento renunciaram — deixando o centro sem liderança.
Em coletiva, a porta-voz da Casa Branca disse que Susan “não estava alinhada com a missão de tornar a América ‘saudável novamente’.” O governo diz que já tem um substituto para o cargo e que ele será apresentado “muito em breve, seja pelo presidente o pelo secretário”.
“Olha, o que eu direi sobre essa pessoa é que a declaração dos advogados dela deixou muito claro que ela não estava alinhada com a missão do presidente de tornar a América saudável novamente. Um novo substituto será anunciado muito em breve, seja pelo presidente ou pelo secretário.”
O movimento é semelhante ao adotado para desligar a diretora do Federal Reserve, Lisa Cook. Segundo a Casa Branca, a decisão tem valor legal e se baseia em suposta fraude hipotecária cometida por Lisa.
Trump insiste que o Banco Central mantém a taxa de juros muito alta e que números sobre a economia americana estão sendo manipulados.
Foi com essa justificativa que a chefe de dados do Departamento do Trabalho, Erika McEntarfer, foi retirada da função, logo após números negativos sobre emprego formal virem à tona.
Trump também determinou demissões na Comissão Reguladora Nuclear, responsável por fiscalizar a energia de materiais radioativos. Segundo informações do Financial Times, desde a posse do republicano, 200 pessoas deixaram a comissão.
Essa não foi a primeira ordem executiva contra agências reguladoras. Em fevereiro, Trump assinou decreto deixando a Casa Branca mais perto do dia a dia dos comitês. Líderes das autarquias foram instruídos a “consultar e coordenar políticas regularmente” e funcionários do governo passaram a fiscalizar com mais proximidade as agências.