Presidente dos Estados Unidos foi indicado por apoiadores de diferentes países e aparece entre os cotados nas casas de apostas Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, Nobel da Paz, Prêmio Nobel CNN Brasil
O Comitê Norueguês do Nobel anuncia nesta sexta-feira (10) o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2025. Foram indicados 338 nomes, sendo 244 indivíduos e 94 organizações.
Um dos principais nomes na lista de nomeados, que permanecerá em sigilo por 50 anos, é o do presidente dos Estados, Unidos Donald Trump. Ele foi indicado por apoiadores de diferentes países e aparece entre os cotados nas casas de apostas.
Na prática, porém, as chances de Trump conquistar o prêmio são baixíssimas, segundo analistas consultados pela CNN. Isso não tem relação com ideologia, mas com os atos que ele adotou desde que voltou à Casa Branca.
“Sete guerras”
Trump tem feito campanha para receber o Nobel, afirmando que encerrou “pelo menos sete guerras” ao redor do mundo, ou seja, em busca de crédito por conflitos encerrados antes do seu mandato, como o da Armênia com o Azerbaijão.
Agora, ele quer capitalizar o cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza.
O presidente dos EUA tenta, ainda, se apresentar como mediador de crises como a da guerra da Ucrânia, que prometeu encerrar em 24 horas.
Analistas apontam, ainda, para o histórico de seu governo, que não seguiria o espírito do prêmio concebido por Alfred Nobel de, entre outras diretrizes, contribuir com a cooperação internacional ou a redução dos arsenais e Exércitos, em meio à retirada dos Estados Unidos de organizações e tratados como o Acordo de Paris e o Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Trump também iniciou guerras comerciais com diversos países, incluindo aliados, ao impor tarifas unilaterais. Em episódios polêmicos, chegou a ameaçar tomar a Groenlândia, o Canal do Panamá e anexar o Canadá.
Na política interna, ordenou o uso da Guarda Nacional contra manifestantes em cidades governadas por democratas e atacou a liberdade de expressão em universidades e meios de comunicação, ameaçando cassar licenças de TV.
Essas ações entram em conflito com os valores do Comitê Norueguês do Nobel, composto por cinco membros indicados pelo Parlamento da Noruega para escolher o vencedor.
O comitê costuma priorizar ações voltadas ao multilateralismo, ao diálogo e à defesa da ciência — área que Trump critica ao, por exemplo, questionar vacinas e medicamentos.
Surpresas podem ocorrer, mas é improvável que o comitê escolha alguém envolvido em disputas políticas e ataques a adversários, avisam os analistas internacionais.
É mais provável que o prêmio seja entregue a esforços menos visíveis, como organizações que atuam com deslocados no conflito do Sudão ou instituições ligadas à defesa do meio ambiente e à luta contra as mudanças climáticas.
Escolher uma entidade ligada à guerra sudanesa chamaria atenção para um dos conflitos mais ignorados do momento.
Nos próximos anos, as chances de Trump podem aumentar, caso suas tentativas de intermediar a guerra entre Hamas e Israel resultem em paz no Oriente Médio.