Relatório apontou uma taxa de ocupação hoteleira de 21,5%, o que representa uma queda de quase sete pontos em relação ao mesmo período de 2024 Internacional, América Latina, Cuba, Turismo, Turismo Internacional CNN Brasil
A taxa de ocupação hoteleira de Cuba caiu para 21,5% no primeiro semestre do ano, de acordo com estatísticas divulgadas esta semana pelo Escritório Nacional de Estatística e Informação (ONEI) sobre turismo, um setor essencial para a economia da ilha.
O relatório mostrou uma queda de quase sete pontos em relação ao mesmo período de 2024 e também marca um declínio em relação ao primeiro trimestre, quando a ocupação era de 24%.
Nesse sentido, o ministro da Economia, Joaquín Alonso Vázquez, reconheceu que o relatório havia sido “muito ruim”.
Entre janeiro e junho, 981.856 visitantes chegaram a Cuba, 25% a menos que em 2024, informou o ONEI.
Da mesma forma, o número de pernoites caiu de 7,9 milhões para 5,7 milhões, com a média de noites por viajante caindo de 6,1 para 5,8.
O turismo, um dos motores da atividade econômica e crucial para lidar com a escassez de divisas, vem declinando desde o pico atingido antes da pandemia de Covid-19, exceto por uma breve recuperação após a retomada das viagens.
Em 2024, Cuba recebeu 2,2 milhões de visitantes, menos da metade dos que chegaram ao país em 2018.
Embora muitos hotéis e algumas acomodações privadas possuam geradores de energia, o setor tem sido afetado por constantes apagões em todo o país, com um sistema de energia sofrendo com anos de falta de manutenção e investimento.
A situação piorou com a temporada de furacões do ano passado, que levou a vários cortes generalizados de energia no final de 2024 e desencadeou alguns protestos de rua.

Guias turísticos entrevistados pela CNN indicaram que, embora os serviços em Havana sejam melhores do que em outras cidades, seu trabalho é complicado por falta de energia e interrupções de internet, o que afeta o serviço que eles fornecem aos visitantes.
O presidente cubano Miguel Díaz-Canel afirmou em seu podcast em maio que os apagões prolongados são o maior “obstáculo” e afetam severamente a economia, “quase paralisada em muitas atividades devido à falta de serviços necessários”.
Historicamente, as autoridades atribuem ao embargo americano, em vigor desde 1962 e que restringe investimentos e transações no país, à principal causa de seus problemas econômicos.
Em junho, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um memorando que impõe a proibição legal ao turismo americano em Cuba.
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou, nesta terça-feira (26), que 1,3 milhão de pessoas dos EUA não visitaram a ilha entre 2023 e 2024 devido ao embargo.
“A indústria do turismo cubana teria arrecadado US$ 1,73 bilhão com o mercado americano”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores, sem fornecer detalhes da estimativa.
Por sua vez, muitos cubanos que vivem nos EUA expressaram preocupação com a repressão imigratória do governo Trump e estão reconsiderando sua decisão de visitar a ilha.
Além disso, a inclusão de Cuba pelos EUA na lista de Estados patrocinadores do terrorismo desencoraja viajantes europeus.
O Ministério das Relações Exteriores da Espanha informa em seu site que, se os cidadãos visitarem a ilha, perderão o benefício da Autorização de Viagem (ESTA), que garante isenção de visto para entrada em território americano.