Carta foi enviada por vice-presidente da maior entidade empresarial americana ao secretário de Comércio e ao chefe do USTR Macroeconomia, CNN Brasil Money, Donald Trump, tarifaço, Tarifaço EUA, tarifaço Trump, tarifas comerciais, tarifas de Trump, Trump CNN Brasil
A US Chamber of Commerce, maior entidade empresarial dos Estados Unidos, enviou nesta quarta-feira (30) uma carta à cúpula do governo Donald Trump pedindo a suspensão do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros.
A dois dias do início da aplicação das tarifas, o ofício foi encaminhado ao secretário americano de Comércio, Howard Lutnick, e ao chefe do USTR (Representação Comercial da Casa Branca), Jamieson Greer.
“Escrevo para transmitir as preocupações significativas de nossos membros sobre as possíveis repercussões da imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil”, começa a carta, assinada pelo vice-presidente sênior da US Chamber, John Murphy.
“A imposição dessa tarifa elevada, em resposta a processos judiciais internos, corre o risco de desencadear uma reação negativa no Brasil — e medidas retaliatórias potencialmente significativas — que imporão altos custos a empresas, trabalhadores e agricultores americanos”, continua o texto.
“Instamos que a ameaça de impor tarifas em 1º de agosto seja deixada de lado e que seja adotada abordagem mais deliberada para lidar com as barreiras comerciais injustas do Brasil, que permita análises baseadas em evidências, consulta às partes interessadas e engajamento bilateral”.
Segundo relatos feitos à CNN, a elaboração da carta foi costurada em conjunto com a Amcham Brasil (Câmara de Comércio Americana). A comitiva de senadores brasileiros em Washington visitou a sede da US Chamber nesta semana.
Apesar do apelo feito a Lutnick e a Greer, a entidade empresarial manifesta apoio às investigações comerciais no âmbito da Seção 301.
Essas investigações, conduzidas pelo USTR e amparadas por uma lei da década de 1970, citam como motivação temas como o pix, o desmatamento, tarifas para o etanol e a pirataria da rua 25 de Março, em São Paulo, entre outros pontos.
“O Brasil mantém barreiras tarifárias, não tarifárias e regulatórias ao comércio que limitam a capacidade das empresas americanas de competir de forma justa em diversos segmentos de seu mercado”, diz Murphy.
“O Brasil é um mercado dinâmico e repleto de potencial para empresas americanas, e os próprios brasileiros se beneficiariam de uma maior abertura às importações americanas, incluindo tecnologias de ponta, produtos aeroespaciais essenciais e igualdade de condições para o comércio de etanol, para citar apenas alguns exemplos. A eliminação dessas barreiras comerciais e a eliminação de casos de discriminação contra empresas americanas promoverão os interesses dos Estados Unidos, bem como os do Brasil”.
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