Ministro do Interior afirma que nenhuma das pessoas a bordo da embarcação estava envolvida em tráfico de drogas Internacional, Estados Unidos, Narcotráfico, Nicolás Maduro, Tren de Aragua, Venezuela CNN Brasil
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou nesta quinta-feira (11) que nenhuma das 11 pessoas mortas em um ataque dos Estados Unidos a um barco no Caribe na semana passada era membro da gangue venezuelana Tren de Aragua.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o barco transportava narcóticos ilegais, mas forneceu poucas informações adicionais sobre o caso, mesmo depois de integrantes do Congresso dos EUA demandarem uma justificativa para a ação.
“Eles confessaram abertamente ter matado 11 pessoas”, disse o ministro do Interior e líder do partido no poder, Diosdado Cabello, à televisão estatal. “Fizemos nossas investigações aqui em nosso país e há familiares de desaparecidos que querem seus parentes, e quando perguntamos nas cidades, nenhum era do Tren de Aragua, nenhum era traficante de drogas”.
“Foi cometido um assassinato contra um grupo de cidadãos usando força letal”, acrescentou Cabello, questionando como os EUA poderiam determinar se havia drogas no barco e por que as pessoas não foram presas.
O governo venezuelano já havia dito que um vídeo postado por Trump do momento do ataque era inteligência artificial.
O Pentágono não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira que Caracas implantaria defesas militares, policiais e civis em 284 locais de “frente de batalha” em todo o país.
O governo Trump aumentou a presença militar dos EUA no sul do Caribe como parte dos esforços contra o narcotráfico e ordenou o envio de 10 caças F-35 para um campo de aviação de Porto Rico.
Maduro alega que os militares dos EUA esperam tirá-lo do poder. O ditador venezuelano não disse quantos militares, policiais ou milícias civis participariam da nova mobilização.
A Venezuela já anunciou um aumento de 25 mil soldados para os estados ao longo da fronteira com a Colômbia que são centros de tráfico de drogas.
“Estamos prontos para uma luta armada, se for necessário”, disse Maduro na Ciudad Caribia, na costa central do país, em uma transmissão pela televisão estatal. “Ao longo de toda a costa venezuelana, desde a fronteira com a Colômbia até a leste do país, de norte a sul e de leste a oeste, temos uma preparação completa de tropas oficiais”, afirmou.
Testemunhas da Reuters em várias cidades da Venezuela não notaram um aumento na presença de tropas.
Em agosto, os EUA duplicaram a sua recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, para 50 milhões de dólares, por alegações de tráfico de drogas e ligações a grupos criminosos.
Maduro sempre negou as acusações e seu governo afirma que a Venezuela não é produtora de drogas.