Imagens obtidas pela coluna Na Mira mostram parte da casa onde foi encontrado o corpo de Samara Regina da Costa Dias, assassinada aos 21 anos, em 16 de dezembro último. A jovem teria sido morta por um casal que tentou simular o suicídio dela.
Samara foi encontrada dentro da casa que alugava para os suspeitos – Tiago Alves Cajá, 24, e a namorada, Thalissa dos Santos Araújo, 21 – com o corpo escorado na parede rosa que aparece nas gravações. Ela foi deixada caída sentada, com um lençol enrolado ao pescoço.
O tecido estava amarrado à grade de uma janela pouco acima da vítima, e a cena chamou a atenção dos investigadores, que consideraram a altura muito baixa para que alguém cometesse suicídio por enforcamento – como havia sido informado inicialmente às equipes que prestaram socorro à vítima.
Suspeitos de terem simulado o suicídio da vítima, dona do lote com três casas, em Ceilândia, Tiago e Thalissa foram presos temporariamente nas primeiras horas desta sexta-feira (27/12).
Ambos teriam planejado tomar posse dos imóveis, pois Samara não tinha parentes próximos vivos, além das filhas gêmeas menores de idade, e enfrentava um quadro de depressão profunda após a morte da mãe e da irmã.
Veja o local do crime:
Depoimento após violência doméstica
O corpo de Samara não apresentava sinais de violência, e a ocorrência da morte dela foi registrada, inicialmente, como suicídio, enquanto as investigações prosseguiam. Os policiais souberam do quadro depressivo da vítima e que ela morava sozinha na mesma casa que a mãe – o maior dos três imóveis do lote.
Cerca de um mês antes do crime, Samara havia convidado Thalissa, uma amiga de infância, para morar em uma das outras duas residências. No último dia 20, a suspeita e o namorado tiveram uma briga, e Tiago acabou preso por violência doméstica após ser levado para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2.
Na delegacia, Thalissa delatou o companheiro e disse que ele havia enforcado Samara até a morte, em 16 de dezembro deste ano. Ela também revelou que, na noite do crime, havia saído de casa para comprar um lanche para Tiago e a amiga. Contudo, ao voltar, teria flagrado o momento em que ele sufocava a jovem dona do lote.
Laudo da perícia
No decorrer das apurações, porém, a versão de Thalissa também caiu por terra. Os policiais descobriram que, na verdade, o casal chegou a comentar com conhecidos que tinham matado Samara juntos.
Além disso, o laudo cadavérico apontou que a vítima morreu após asfixia por meio físico-químico diferente de enforcamento autoprovocado. Também consta no laudo que não havia outras lesões traumáticas no corpo de Samara, que aparentassem ser sinais de luta ou agressão. O caso segue sob investigação da 15ª DP.
