Políticos presentes falaram contra a imigração e outros temas; ativista do grupo feminista Femen interrompeu evento e foi retirada
Este conteúdo foi originalmente publicado em Viktor Orbán e Marine Le Pen elogiam Trump em cúpula em Madri no site CNN Brasil. Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, Marine Le Pen, ultradireita, Viktor Orbán CNN Brasil
Os líderes dos partidos de ultradireita no terceiro maior bloco eleitoral do Parlamento Europeu, o “Patriotas pela Europa”, elogiaram o retorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao poder em uma cúpula em Madri, neste sábado (8), realizada sob o lema “Tornar a Europa Grande Novamente”.
O evento contou com a participação do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e do vice-premiê da Itália, Matteo Salvini. Também estavam presentes os líderes do partido francês Reunião Nacional (RN), Marine Le Pen, e do partido holandês PVV, Geert Wilders.
“O tornado Trump mudou o mundo em apenas algumas semanas… ontem éramos hereges, hoje somos a tendência dominante”, afirmou Orbán a cerca de dois mil apoiadores, a maioria agitando bandeiras da Espanha.
Todos os que discursaram protestaram contra a imigração, e a maioria apelou a uma nova “Reconquista”, uma referência à reconquista medieval por reinos cristãos de partes da Península Ibérica que estavam controladas por muçulmanos.
Mais cedo, o ex-ministro das Finanças da Estônia Martin Helme deu início ao evento após uma mensagem em vídeo da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado.
O discurso criticando o que ele chamou de “esquerdistas” foi interrompido por uma ativista fazendo “topless” do grupo feminista Femen, que gritou “Nem um passo atrás contra o fascismo” em espanhol e, em seguida, foi expulsa.
Outros temas abordados incluíam alvos frequentes da direita, como o “wokism” — um termo usado pejorativamente por alguns para descrever opiniões políticas de esquerda sobre raça, gênero e sexualidade.
Além disso, discutiram sobre as ONGs de resgate de migrantes, Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, e o premiê espanhol, Pedro Sánchez, cujos nomes foram recebidos com fortes vaias do público.
O Patriotas pela Europa foi formado após as eleições europeias de maio de 2024 e é composto por 86 parlamentares de 14 países, representando um total de 19 milhões de votos.
Madri foi escolhida como sede do primeiro encontro oficial para que o presidente do bloco, Santiago Abascal, que lidera o partido espanhol Vox, pudesse acolher os líderes.
O Partido Socialista, que está no poder na Espanha, classificou o encontro como um “complô de fanáticos”, acrescentando que “eles não conseguirão fazer com que a sua visão do mundo a preto e branco prevaleça neste país”.
O Vox tem ganhado terreno em diversas pesquisas nos últimos meses. De acordo com o Centro de Estudos Sociológicos (CIS), ele tem o apoio mais forte entre os jovens, militares e policiais.
Apesar do objetivo declarado dos Patriotas de unificar os nacionalistas conservadores da Europa, alguns dos partidos mais influentes da União Europeia nesse campo — como o Irmãos de Itália, o Alternativa para a Alemanha e o polonês Lei e Justiça –, se recusaram a aderir ao bloco.
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