Atriz compartilha história de superação ao receber o Prêmio Cecil B. DeMille na premiação, destacando sua trajetória desde a extrema pobreza até o reconhecimento em Hollywood
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Viola Davis compartilhou sua jornada da pobreza até se tornar vencedora dos principais prêmios de Hollywood, abraçando a “magia” que a ajudou a conquistar o Prêmio Cecil B. DeMille antes do Globo de Ouro deste domingo.
A aclamada atriz disse que sentiu como se “alguém tivesse me incendiado” quando subiu ao palco para aceitar o prêmio, que homenageia aqueles que fizeram “contribuições extraordinárias para o mundo do entretenimento”.
Ela agradeceu sua amiga e apresentadora, Meryl Streep, a quem chamou de “uma grande dama” antes de iniciar seu discurso. “Este é meu testemunho”, disse ela. “Acho que decidi ser atriz porque atuar era apenas uma cenoura cósmica para uma jornada muito maior. Uma jornada para me encontrar, encontrar um sentido de pertencimento, encontrar meu valor.”
Davis disse que via a vida como “um cara grande e gordo” que tinha “quantidades infinitas de ouro que está simplesmente caindo aleatoriamente.” Ouro que ela via como bênção para algumas pessoas “que não merecem” e não trabalharam por isso e outras que realmente trabalharam.
Tal vida abençoada não foi como Davis começou. “Nasci em uma vida que simplesmente não fazia sentido. Eu não me encaixava. Nasci em extrema pobreza. Eu era travessa. Eu era imaginativa”, disse ela. “Eu era agitada. Eu era pobre, crescendo em uma casa com alcoolismo e infestada de ratos por toda parte.”
Como se tal pobreza não fosse suficientemente ruim, Davis disse: “E além de tudo isso, tudo que as pessoas diziam era que eu não era bonita.” “A propósito, que diabos é ser bonita?”, ela perguntou. “Eu não era bonita. Eu só queria ser alguém.”
A atriz, agora com 59 anos, conseguiu escapar de suas circunstâncias por causa da “magia”. “E você sabe qual era minha magia? Que eu podia me teletransportar”, disse ela. “Que eu podia me tirar deste mundo sem valor e me libertar dele às vezes.”
Davis admitiu que no início de sua carreira ela “aceitava muitos trabalhos por causa do dinheiro”. “Porque às vezes para uma mulher negra de pele escura com nariz largo e lábios grandes, isso é tudo que existe por aí”, disse ela. “Se eu esperasse por um papel que fosse escrito para mim, bem elaborado, eu não estaria aqui em pé. Então eu aceitava pelo dinheiro.”
A estrela de “How To Get Away With Murder” observou que não encontrou “nenhuma nobreza na pobreza”, que para ela incluía ser uma criança que fazia xixi na cama e ia para a escola com roupas encharcadas de urina.
“Dizem que as únicas duas pessoas a quem você deve algo são seu eu de 6 anos e seu eu de 80 anos, e a Viola de 6 anos, às vezes tenho que confiar nela para me dar perspectiva até mesmo deste momento”, disse Davis. “Caso contrário, é grande demais para eu imaginar apenas da enurese noturna e pobreza e desespero e erro até isso. E a pequena Viola está gritando.”
“Então a pequena Viola está gritando. Ela está atrás de mim agora e está puxando meu vestido e está usando as mesmas botas de borracha vermelhas que ela usava faça chuva ou faça sol porque elas a faziam se sentir bonita”, Davis concluiu seu discurso. “Ela está gritando e está dizendo uma coisa. Ela diz: ‘Faça-os ouvir isso’. E o que ela está sussurrando é: ‘Eu te disse que era uma mágica.’”
Assista ao discurso de Viola Davis no Globo de Ouro 2025
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