Evento promovido pela MTV reuniu celebridades como FKA Twigs, Sabrina Carpenter e Yungblud Lifestyle, #CNNPop, Música, Roupas, VMA CNN Brasil
O MTV Video Music Awards tem uma rica história de moda extravagante e, por vezes, totalmente bizarra. Mesmo sem o vestido de carne de Lady Gaga ou a píton de Britney Spears, a cerimônia anual sempre garante um estilo exagerado, acessórios divertidos e homenagens a ícones de VMAs passados.
A noite de domingo (7) não foi exceção. De vestidos transparentes que mostravam a roupa íntima a looks throwback de arquivos de moda, o tapete vermelho do evento foi, este ano, divertido e ousado na mesma medida.
“Fone trançado” de FKA Twigs
Usar fones de ouvido para abafar o barulho do tapete vermelho não seria algo incomum para a cantora anticonformista FKA Twigs. No entanto, esta foi outra criação vanguardista de Louis Souvestre, o autodenominado “hairfreak” que continua a caminhar na linha tênue entre penteado e escultura.
O homem por trás do “skullet” (uma mistura de careca com mullet) da cantora não apenas arranjou as tranças dela em forma de fones de ouvido over-ear, mas também usou o contraste entre cornrows (na frente) e pontas (na parte de trás) para amplificar a ilusão.
Nenhum detalhe foi esquecido, com duas tranças finas que desciam e desapareciam nas calças burgundy de cintura baixa da cantora, como cabos de áudio. O top tomara que caia que deixava o tronco de Twigs à mostra, por sua vez, enquadrou perfeitamente seu cabelo artístico entre ombros estruturados.
O toque de showgirl de Sabrina Carpenter
Recentemente, Sabrina Carpenter tem feito do pescoço halter e vestidos tomara que caia seus coringas no tapete vermelho. Por isso, foi surpreendente e revigorante vê-la chegar com um vestido de mangas compridas, gola alta e comprimento até o chão, em uma tonalidade que quase combinava perfeitamente com o próprio tapete vermelho.
Isso não quer dizer que a criação da Valentino tenha sido excessivamente recatada: seus bordados de contas e flores estrategicamente colocados, combinados com o tecido vermelho transparente, deixavam a pele à mostra. Ainda assim, o vestido estava entre os looks mais elegantes em um evento tradicionalmente considerado um dos menos formais no calendário da moda.
Um “saco de dormir” da Huntr/x rompe a quarta parede
“Guerreiras do K-Pop” é agora o título mais assistido na história da Netflix, com a música “Golden” até mesmo indicada na categoria Song of the Summer do VMA. Portanto, apesar de serem animadas (e fictícias), parecia apropriado que o grupo feminino central do filme, Huntr/x, fizesse uma aparição no tapete vermelho.
Ejae, Rei Ami e Audrey Nuna, que dão voz ao canto da banda, romperam a quarta parede com figurinos complementares no estilo Huntr/x.
Mas foi o casaco bufante de Nuna que imitou a arte da vida real — um aceno quase literal à sua personagem Mira usando um saco de dormir no Met Gala — que fez os fãs do filme delirarem nas mídias sociais.
O tributo de Yungblud a Ozzy
As calças de couro, botas pesadas e o estilo gótico estavam muito alinhados com a marca de Yungblud. E enquanto sua aparição sem camisa dividiu opiniões nas redes, havia apenas uma parte do figurino do cantor britânico que realmente importava: o colar de cruz cravejado de joias que foi um presente de seu herói e mentor, Ozzy Osbourne, que morreu em julho.
Em um momento emocionante entre duas gerações de estrelas do rock, Osbourne deu a cruz a Yungblud em 2022, durante as filmagens do vídeo do último, “The Funeral”. O artista de 28 anos diz que a usa desde então — e também prometeu tocar “Changes” do Black Sabbath em todos os shows que fizer.
Mais tarde, Yungblud revelou que, por pura coincidência, a cruz havia sido feita pelo pai de sua namorada, Jesse Jo Stark (Richard Stark da Chrome Hearts), no início dos anos 1990.
Chegando ao VMA antes de um tributo a Osbourne que seria feito ao lado do guitarrista do Extreme, Nuno Bettencourt, e de Steven Tyler e Joe Perry do Aerosmith, Yungblud rasgou seu casaco com acabamento de pele para dar proeminência total, e com o peito à mostra, ao colar.
Tate McRae abraça a tendência da transparência
O tapete vermelho do VMA não é lugar para puritanos. Tecido transparente — e, consequentemente, roupa íntima visível — reinou neste ano, com Zara Larsson e Nikki Glaser entre as que deixaram pouco para a imaginação em vestidos semitransparentes. Mas o figurino de seda e chiffon branco de Tate McRae foi, talvez, o mais transparente de todos.
Online, o vestido etéreo fez com que McRae fosse comparada a uma “deusa grega” (embora o sutiã plissado e a calcinha combinando dificilmente tenham sido tirados da antiguidade). Levou 134 horas para ser produzido, à mão, segundo a grife parisiense Ludovic de Saint Sernin.
Sernin emergiu como um favorito para celebridades que buscam elevar looks inspirados em lingerie e BDSM para o tapete vermelho. No entanto, ele não é um artista de um truque só: o vestido sob medida de McRae vem da mesma coleção Spring-Summer 2026 que originou o minivestido de couro estruturado que Olivia Rodrigo usou para ser a atração principal do festival Glastonbury deste ano.
Doja Cat traz glamour dos anos 1980 — e um objeto de cena comestível
Doja Cat era a imagem do glamour dos anos 1980 com uma peruca loira volumosa e um vestido bordado com padrão de arlequim da Balmain. Com seu próximo álbum, “Vie”, esperado para ser bastante inspirado nos anos 1980, o look foi, em parte, uma peça de marketing inteligente.
O que aconteceu em seguida também foi: em um dos momentos virais da noite, a cantora tirou um batom MAC de sua bolsa em forma de batom e começou a aplicá-lo na frente das câmeras antes de dar uma boa mordida. Momentos depois, ela foi revelada como o novo rosto da MAC.
Confirmando a nomeação, um porta-voz da empresa de cosméticos revelou que o lanche de Doja Cat no tapete vermelho era, na verdade, um objeto de cena de chocolate comestível que criava um trompe l’oeil, feito pelo chef de confeitaria e chocolateiro do TikTok, Amaury Guichon.
Tyla se volta (e reformula) para o arquivo da Chanel
A primeira vez que o vestido de Tyla apareceu em público (na Paris Fashion Week, quase uma década antes da cantora sul-africana nascer), não era um vestido, mas uma camisa. E foi usada por Claudia Schiffer.
Para o VMA, a indicada duas vezes, Tyla, deu uma reviravolta criativa na moda de arquivo, transformando um top sem mangas da coleção Spring-Summer 1993 da Chanel. Ajudada por ser significativamente mais baixa do que a estatuária Schiffer, a cantora foi capaz de — e fez — reformulá-lo em um minivestido justo.
E como embaixadora da marca Pandora, talvez não tenha sido surpresa que Tyla tenha usado joias da coleção Talisman da marca, em vez do cinto de corrente dourada da Chanel usado por Schiffer.
O ‘behemoth’ de jeans de Conan Gray
Grosso, pesado e absorvente de água — o jeans é, francamente, o pesadelo de um marinheiro. Mas para um conjunto de VMA com tema náutico e chapéu combinando? Por que não.
Conhecido por sua fluidez de gênero e por correr riscos no tapete vermelho, Conan Gray chegou em um dos looks mais ousados da noite. Seu figurino marítimo teatral, criado pelo estilista de moda feminina Erik Charlotte, apresentava mangas bufantes exageradas, uma cintura espartilho justa e uma saia com babados, além de um par de sapatos plataforma brancos altíssimos.
No Instagram, Charlotte deu “flores enormes” ao cantor por navegar pelo tapete vermelho com uma roupa que, segundo ele, pesava 30 libras (cerca de 13,6 kg). “Tão feliz que esse behemoth de jeans conseguiu chegar ao tapete!” ele acrescentou.
A lição de Katseye em vestuário de conjunto
Um vestuário de conjunto eficaz equilibra individualidade com coesão criativa. Com styling de Kyle Luu e vestindo Dolce & Gabbana da cabeça aos pés, o “global girl group” de Los Angeles, Katseye, mostrou exatamente como isso é feito.
Recém-saído do anúncio viral da Gap da banda, não havia nenhum jeans à vista. No entanto, havia temas predominantes claros: tecidos de cetim preto e doses de brilho. Dentro do tema, o figurino de cada membro se destacava — mas de alguma forma se comunicava com — os outros.
Manon Bannerman e Megan Meiyok Skiendiel deram diferentes toques aos sutiãs cônicos como roupa exterior, um espiando por baixo de um blazer e o outro sobre um vestido que se ajustava ao corpo. A touca e os sapatos cravejados de joias de Lara Raj compensaram o brilho mais imediato do vestido de tule adornado com cristais de Daniela Avanzini. E as botas na altura do joelho e o decote em coração de Yoonchae Jeung quase inverteram as proporções do vestido estruturado de Sophia Laforteza.
