O Volkswagen T-Cross fechou o ano de 2024 com 83.990 unidades emplacadas, o que deu a ele a liderança em vendas entre todos os SUVs. Chevrolet Tracker e Hyundai Creta aparecem na sequência com 69.431 e 69.116 exemplares comercializados. Não foi à toa.
O SUV recebeu uma reestilização na linha 2025 que o tornou mais alinhado com o visual do modelo europeu e melhorou a percepção de qualidade em sua cabine. Porém, o Hyundai Creta também recebeu um facelift profundo em outubro do ano passado e o Tracker só deve mudar de visual neste ano, mas ainda ostenta um design atual.
A pergunta que fica é: porque o VW T-Cross faz tanto sucesso? Nós já testamos a versão mais cara, a Highline, equipada com motor 1.4 turbo. Então decidimos convocar a versão intermediária, Comfortline, que traz o motor 1.0 turbo e tem quase o mesmo conteúdo, e pode ser responsável por boa parte das vendas do SUV. A Volkswagen não divulga quais são as versões mais vendidas.
Em outubro publicamos um comparativo apenas com SUVS compactos equipados com motor 1.0 turbo e quem ganhou foi exatamente o T-Cross na versão de entrada 200 TSI. E ele venceu pelo conjunto da obra. Tem bom consumo, bom espaço, a melhor multimídia e o melhor pacote de segurança.
E essa combinação que o torna, no momento, imbatível em vendas e se na versão de entrada ele peca ao abrir mão de chave presencial, alerta de mudança de faixa, carregador de celulares por indução, bancos de couro e ar digital, a Comfortline traz todas essas comodidades e acrescenta o quadro de instrumentos digital de 10,25”.
E traz ainda tecnologias de auxílio à condução como frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo e detecção de pedestres, que estão em todas as versões da linha 2025. O grande diferencial em relação aos rivais Tracker e Creta é o piloto automático adaptativo, que não está disponível nem como opcional nos rivais.
Mais econômico?
O T-Cross 2025 não teve nenhuma alteração mecânica. Ele segue com o motor três cilindros 1.0 turbo com 128 cv e 20,4 kgfm nas versões mais baratas (200 TSI e Comfortline), e com o 1.4 turbo de 150 cv e 25,5 kgfm na Highline. O câmbio é sempre automático de seis marchas e há quatro modos de condução em todas as versões (Eco, Sport, Normal e Individual).
O 0 a 100 km/h cumprido em nossa pista foi de 11,3 segundos. Porém na topo de linha com o motor mais potente, o 1.4 turbo, essa aceleração é cumprida bem mais rápido em 9,5 segundos. É uma diferença significativa e no kickdown do acelerador é mais perceptível. Em uma rodagem urbana normal, porém, essa diferença de desempenho não é tão percebida.
Quando equipado com o motor 1.0 turbo, o T-Cross torna-se mais econômico na estrada, cravando 16,9 km/l enquanto o T-cross 1.4 turbo fez 15,5 km/l em nossas medições. No consumo urbano, as médias são mais próximas: enquanto o 1.4 turbo faz 12,2 km/l o 1.0 turbo faz 11,7 km/l.
Esses números de consumo foram obtidos no teste realizado com a versão Comfortline, porém no teste mais recente feito com a versão 200 TSI, que é mais leve por ser menos equipada, os números de consumo foram ainda melhores: 12,7 km/l e 17,4 km/l, respectivamente.
Independente da versão, o VW é mais econômico do que os rivais direto. Chevrolet Tracker 1.0 turbo cravou 11,7 km/l e 14,5 km/l (cidade/estrada) ainda com o antigo motor sem injeção direta e o Creta 1.0 turbo fez 11,5 km/l e 14,4 km/l (cidade/estrada) em seu último teste, antes da reestilização.
A suspensão do T-Cross é focada no conforto: o SUV consegue ser macio e confortável, mas, como estamos falando de um Volkswagen, há uma certa rigidez que ajuda muito na estabilidade. Assim, ele passa muito longe de ser um carro molenga ou que dá medo em curvas, ao contrário. E a direção é leve, fácil de lidar de viagens longas a manobras. É um carro muito bom de se dirigir, ou andar de passageiro.
No cotidiano a maior crítica para o interior do T-Cross fica para a escassez de porta-objetos que abriguem objetos como carteiras, celulares, chaves e outros. Há dois porta-copos centrais, compartimentos das portas e o que fica sob o apoio de braço central. Todos, porém, muito pequenos. O maior deles é o carregador de celular por indução, que não pode acomodar qualquer coisa.
Já no início de janeiro a VW divulgou um novo reajuste para linha 2025 do T-Cross, tornando a versão Comfortline R$ 3.700 mais cara. O reajuste de 2,2% fez com que a versão intermediária passasse dos R$ 167.790 para R$ 171.490. Se quiser teto solar panorâmico, custará mais R$ 7.550 junto com sensor de chuva e retrovisor eletrocrômico. Couro nos bancos e aplique da mesma cor no painel custa mais R$ 3.190. O resultado é um 1.0 de R$ 182.230.
Ainda assim, não tem o pacote ADAS, com assistente de faixa, estacionamento automático, câmeras 360° e detector de pontos cegos, um opcional de R$ 3.550 presente apenas na versão Highline.
Dá para dizer que o preço elevado é o calcanhar de aquiles do T-Cross. Afinal o Chevrolet Tracker LTZ com motor 1.0 turbo atualizado sai por R$ 159.990 e o Creta já com o novo visual na versão Limited custa R$ 156.490. Uma diferença grande de preço em uma mesma categoria, mais de R$ 11.000.
Ficha Técnica – Volkswagen T-Cross Comfortline
Motor: 999 cm³, 12V, 116/128 cv a 5.500 rpm (e/g), 20,4 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: aut., 6 marchas
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco vent. (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 205/55 R17
Dimensões: compr., 421,8 cm; larg., 176 cm; alt., 157,1 cm; entre-eixos, 265,1 cm; porta-malas, 420 l; peso, 1.259 kg, tanque de comb., 49 l
