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Não há resposta para a exigência de Trump de se acabar imediatamente o julgamento de Jair Bolsonaro.
Portanto, não há qualquer avanço nas conversas que diferentes entes públicos e privados, brasileiros e americanos, mantêm em Washington sobre o tarifaço, que tem data marcada para começar nesta sexta-feira, 1º de agosto. A demanda política paira sobre todas as conversas de cunho técnico ou comercial.
Não há até aqui conversas diplomáticas — oficiais, pelo menos. As esperanças de evitar o tarifaço e, eventualmente, sanções a integrantes do Supremo Tribunal Federal e ao próprio Brasil estão nas grandes empresas americanas também afetadas pelo aumento de tarifas.
Mas essas empresas disseram hoje a interlocutores brasileiros, em Washington, que não vão agir se não houver algum “gesto” — como disseram — de Lula em direção a Bolsonaro.
Entre os “irritantes” — palavras que eles usaram hoje —, os representantes do mundo empresarial americano citam o fato de Lula nunca ter falado com Trump: nem depois das eleições, nem depois da posse, nem depois do tarifaço.
Há muitas ideias na mesa sobre o que se poderia oferecer como barganha a Trump: minerais críticos, por exemplo, ou ajustes específicos em setores como madeira para móveis, suco de laranja, gelatina.
Mas não está claro, pelo menos para o empresariado americano, qual seria o plano do governo brasileiro. Obter pelo menos o adiamento da imposição das tarifas?
Do jeito que as coisas estão, a chave está na questão político-ideológica. E ela se revela intratável.
O cenário deve piorar bastante.