Lula afirma que não pretende telefonar para Trump, pois está convencido de que o presidente americano não tem interesse em negociar Política, Donald Trump, Estados Unidos, Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), STF, tarifaço de Trump, Tarifas, William Waack, ww CNN Brasil
O tarifaço imposto por Donald Trump contra o Brasil começou nesta quarta-feira (6), em um ambiente político extremamente desfavorável. A situação se agravou com a intensificação das pressões vindas da Casa Branca, que agora se manifestam de duas formas principais: por um lado, há a possibilidade de sanções contra integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal), hipótese mencionada mais uma vez pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos; por outro, uma investigação já foi iniciada para apurar supostas práticas comerciais desleais por parte do Brasil.
Além disso, paira a ameaça da aplicação de sanções secundárias devido às compras brasileiras realizadas na Rússia, país atualmente em guerra — uma medida que Trump já aplicou hoje contra a Índia.
Em meio a esse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu, no dia da entrada em vigor do tarifaço, uma entrevista à importante agência de notícias Reuters. Na ocasião, afirmou que não pretende telefonar para Trump, pois está convencido de que o presidente americano não tem interesse em negociar, e Lula, portanto, não está disposto a se humilhar.
Essa postura contrasta com as expectativas dos setores exportadores brasileiros diretamente afetados pelas novas tarifas. Esses setores reconhecem que o pacote de ajuda elaborado pelo governo federal contém medidas relevantes, como crédito facilitado e renúncias fiscais. Contudo, argumentam que uma solução efetiva para compensar os danos à economia brasileira só poderia vir de algum tipo de acordo comercial mais amplo com os Estados Unidos — o que, inevitavelmente, exigiria algum grau de diálogo.
Por ora, esse diálogo está completamente inviabilizado pelo atual clima político. Lula declarou que, no dia em que sua intuição indicar que Trump está disposto a conversar, não hesitará em fazer a ligação. No entanto, ainda não se sabe em que exatamente essa intuição se baseará — nem quando esse dia chegará.