No mundo de confrontos e demonstrações de força que Trump tem promovido com tanto entusiasmo, ele não parece sentir a necessidade de pretextos para atacar quem desejar Internacional, Donald Trump, Estados Unidos, Nicolás Maduro, Venezuela, Waack, William Waack, ww CNN Brasil
Segundo informações divulgadas pelo The New York Times, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a CIA a operar secretamente na Venezuela. A Casa Branca não confirmou nem desmentiu a veracidade da informação. No entanto, logo após a publicação da reportagem, Trump afirmou publicamente que estava considerando atacar alvos terrestres dentro do território venezuelano. Essa declaração veio após o afundamento de embarcações venezuelanas, acusadas de transportar drogas ilícitas, em águas internacionais no Mar do Caribe.
No mundo de confrontos e demonstrações de força que Trump tem promovido com tanto entusiasmo, ele não parece sentir a necessidade de pretextos para atacar quem desejar. Afinal, o presidente mantém relações amistosas com líderes autoritários que agem da mesma forma, como é o caso do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
A grande questão, portanto, é entender qual é o verdadeiro objetivo de Trump em relação à Venezuela. Há indícios de que ele pretende derrubar o regime ditatorial de Nicolás Maduro. A CIA, que ao longo da história já esteve envolvida na queda de regimes em países do porte da Venezuela, poderia estar inserida nesse esforço. Soma-se a isso um movimento inédito de exibição de força militar, com navios de guerra e tropas americanas posicionadas próximos à costa venezuelana.
É importante lembrar, no entanto, que bombardeios por si só não são capazes de derrubar governos – a não ser quando acompanhados de operações terrestres com tropas em solo. Até o momento, não há sinais claros de que Trump estaria disposto a adotar essa estratégia mais agressiva.
Diante disso, surge a pergunta: qual seria, então, a estratégia dos Estados Unidos para eliminar um regime que eles próprios classificam como “narco-terrorista”? Essa é também a forma como María Corina Machado – recentemente laureada com o Prêmio Nobel da Paz – define o regime que a impediu de participar das eleições, consideradas fraudulentas, vencidas por Maduro no ano anterior.
Por ora, Trump parece confiar principalmente no próprio discurso. No entanto, sua retórica, até agora, mais atrapalhou do que ajudou os aliados que ele diz apoiar na América do Sul – e, por consequência, acabou fortalecendo seus adversários.

