Enquanto presidente dos EUA anunciou novas tarifas, CEO da Tesla disse ter criado novo partido Mercado, -agencia-reuters-, Bolsas dos EUA, CNN Brasil Money, Mercado Financeiro, Wall Street CNN Brasil
Os principais índices de Wall Street fecharam em forte queda na segunda-feira (7), depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou pesadas tarifas contra o Japão, a Coreia do Sul e outros parceiros comerciais, enquanto as ações da Tesla despencaram depois que o CEO Elon Musk disse que estava formando um novo partido político nos EUA.
Os índices aumentaram as perdas depois que Trump anunciou tarifas sobre as importações japonesas e sul-coreanas, que entram em vigor em 1º de agosto. As ações oscilaram ainda mais no final da tarde, quando ele anunciou alíquotas mais pesadas sobre outras nações.
Na semana passada, tanto o Nasdaq quanto o S&P 500 encerraram três sessões com fechamentos recordes. Os últimos recordes ocorreram na quinta-feira (3), após um relatório robusto de empregos.
“Os mercados vinham nos dizendo que o pico do risco tarifário já havia passado, mas ter as tarifas de volta à tona está causando certa apreensão”, disse Emily Roland, coestrategista-chefe de investimentos da Manulife John Hancock Investments em Boston.
“Os investidores estavam chegando àquele período de ebulição nos mercados e estamos nos afastando um pouco disso.”
Mas os investidores provavelmente têm alguma esperança de que os anúncios não sejam permanentes, disse ela: “Esse é o padrão que temos seguido, anunciando tarifas punitivas e depois reduzindo um pouco o ritmo. Essa certamente pode ser a próxima fase dessa negociação de idas e vindas”.
O Dow Jones Industrial Average caiu 422,17 pontos, ou 0,94%, para 44.406,36, o S&P 500 perdeu 49,37 pontos, ou 0,79%, para 6.229,98 e o Nasdaq Composite perdeu 188,59 pontos, ou 0,91%, para 20.412,52.
A maior queda do S&P 500 veio das ações da fabricante de veículos elétricos Tesla, que despencaram 6,8%, depois que o CEO Musk anunciou a formação de um novo partido político chamado “Partido América”, intensificando ainda mais sua rivalidade com Trump.
Foi a maior queda diária da Tesla desde 5 de junho e seu menor nível de fechamento desde aquela sessão.
Os investidores também aguardavam outros anúncios comerciais dos EUA depois que Trump disse no domingo (6) que os EUA estavam prestes a fechar vários acordos e notificariam outros países sobre tarifas mais altas até 9 de julho, com novas taxas entrando em vigor em 1º de agosto.
Na segunda-feira, Trump ameaçou aplicar uma tarifa extra de 10% aos países que se alinhassem com as “políticas antiamericanas” do grupo Brics.
No início de abril, os índices de ações apresentaram volatilidade drástica depois que Trump revelou uma tarifa básica de 10% na maioria dos países e taxas adicionais de até 50% em 2 de abril e, em seguida, anunciou uma pausa de 90 dias alguns dias depois.
No início de abril, o Nasdaq confirmou um mercado em baixa, ou seja, uma queda de 20% em relação ao seu recorde recente, enquanto o S&P 500 evitou por pouco uma queda. Ambos os índices retornaram a níveis recordes no final de junho.
Na segunda, 9 dos 11 principais setores do S&P 500 perderam terreno. As maiores quedas foram o consumo discricionário, com queda de 1,25%, e o de energia, com queda de 1,04%.
Os únicos ganhos foram os setores defensivos, com serviços públicos, subindo 0,17%, e bens de consumo básicos, com alta de 0,11%.
As ações da WNS Holdings subiram 14,3% depois que a empresa francesa de serviços de TI Capgemini concordou em comprar a empresa de terceirização por US$ 3,3 bilhões em dinheiro.
As políticas tarifárias de Trump alimentaram preocupações com a inflação, complicando ainda mais o caminho do Fed (Federal Reserve) para taxas mais baixas. A ata da reunião de junho do Fed, com divulgação prevista para quarta-feira (9), deve oferecer mais pistas sobre as perspectivas da política monetária.
Os traders estão apostando em uma probabilidade de aproximadamente 95% de que as taxas permanecerão inalteradas em julho, enquanto as chances de um corte em setembro estão próximas de 60%, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
Outra área de foco dos investidores são os planos de redução de impostos e gastos dos EUA, sancionados por Trump no final da semana passada. Espera-se que eles aumentem o déficit nacional em mais de US$ 3 trilhões na próxima década.
Nas bolsas dos EUA, 16,50 bilhões de ações mudaram de mãos na segunda-feira, em comparação com a média de 18,18 bilhões dos últimos 20 pregões.
As emissões em declínio superaram as em alta em uma proporção de 3,44 para 1 na Nyse, onde houve 209 novas máximas e 32 novas mínimas.
No Nasdaq, 1.226 ações subiram e 3.354 caíram, com as ações em queda superando as ações em alta em uma proporção de 2,74 para 1. O S&P 500 registrou 25 novas máximas em 52 semanas e 3 novas mínimas, enquanto o Nasdaq Composite registrou 103 novas máximas e 54 novas mínimas.
Traduzido por João Nakamura, da CNN, em São Paulo
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