Nova regra visa garantir integridade da categoria feminina em competições globais Outros Esportes, -agencia-reuters-, Atletismo, CNN Esportes, outros esportes CNN Brasil
A entidade máxima do atletismo mundial, a World Athletics, anunciou nesta quarta-feira (30) que, para competir na categoria feminina em competições de ranking mundial, como o Campeonato Mundial, as atletas deverão passar por um teste genético obrigatório. A medida, que entra em vigor em 1º de setembro, visa proteger a integridade do esporte feminino.
O teste, que é realizado uma única vez, analisa o gene SRY — responsável pela determinação do sexo biológico — e pode ser feito por meio de coleta de saliva ou exame de sangue. As federações filiadas serão responsáveis por conduzir os procedimentos.
A regra será aplicada antes do Campeonato Mundial de Atletismo, marcado para acontecer entre os dias 13 e 21 de setembro, em Tóquio.
“O esporte feminino deve garantir que não haja um ‘teto biológico’ para as mulheres”, declarou Sebastian Coe, presidente da World Athletics. “Esse teste é um passo fundamental para assegurar que, em alto nível, só competem atletas que são biologicamente do sexo feminino. Para nós, gênero não pode se sobrepor à biologia.”
Nos últimos anos, o atletismo tem enfrentado debates intensos sobre critérios de elegibilidade para a categoria feminina, especialmente no que diz respeito a atletas transgênero e pessoas com variações do desenvolvimento sexual (DSD, na sigla em inglês).
A World Athletics proíbe mulheres trans que passaram pela puberdade masculina de disputar provas femininas e exige que atletas com DSD reduzam seus níveis de testosterona para competir.
Em 2025, um grupo de trabalho identificou que as regras vigentes não eram suficientes e recomendou a adoção do teste genético para o gene SRY, entre outras medidas para revisão das normas.
A presença do gene SRY indica a existência do cromossomo Y, o que serve como marcador biológico do sexo masculino.
A mesma testagem já foi adotada em maio deste ano pela World Boxing, que passou a exigir exames de sexo para todos os pugilistas.

No âmbito jurídico, o mês de julho também foi marcado pela decisão do Tribunal Europeu de manter a rejeição do recurso da atleta Caster Semenya, campeã olímpica dos 800 metros, contra as regras que limitam a competição de mulheres com DSD que não reduzirem seus níveis de testosterona.
Semenya questionava a imposição da World Athletics para a redução médica desses hormônios para que pudesse competir.
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